Na China, país onde mais se bebe chá no mundo, o café entrou na moda. O consumo triplicou nos últimos quatro anos. Pensando nisso, um grupo de brasileiros abriu o "Carioca Coffee" em Xangai e, com o grande sucesso do estabelecimento, planejam expandir os negócios a outros países asiáticos.
Vivian Oswald, correspondente da RFI na China
Encontros de trabalho ou lazer em cafeterias pela China viraram símbolo de status. Isso explica a proliferação de marcas nacionais e estrangeiras que vêm abrindo as portas pelo país. O café é um produto caro na China. Mas, dizem os especialistas, que este talvez seja o mercado com maior potencial de crescimento no mundo: 20% ao ano daqui para frente.
"O número de consumidores é muito alto no país, entre 500 e 600 milhões de consumidores", calcula o mineiro Leonardo Scarpelli, que desembarcou de mala e cuia em terras chinesas. Ele já conhecia o país porque foi estudar mandarim em 2009 no país e se encantou. Scarpelli e outros dois sócios brasileiros são donos do "Carioca Coffee".
Conceito brasileiro
A empresa tem sede em Xangai, onde mantém uma cafeteria. A loja é uma espécie de vitrine para os produtos da marca e do estilo de vida do Brasil. Oferece o conceito do café, restaurante, com direito a água de coco e açaí, e bar para happy hour.
Há um ano em operação, o "Carioca Coffeee" vende quatro blends de café torrado moído e em grão. Eles estão sendo vendidos em 22 cidades a partir de redes de supermercado, hotéis, restaurantes e por grandes plataformas de comércio eletrônico. Vale lembrar que há mais de 700 milhões de chineses conectados à internet no país.
Mas ter um negócio brasileiro em um país estrangeiro não é simples, ressalta Scarpelli. "Abrir um estabelecimento na China no setor de alimentos e bebidas, que é uma área mais delicada, devido à vigilância sanitária e aos direitos do consumidor, é difícil e requer um conhecimento considerável. Estamos lidando com uma cultura totalmente diferente da cultura brasileira", diz.
Mas o "Carioca Coffee" não quer saber de vender no Brasil. O foco será a China e, no futuro, outros países asiáticos. A ideia agora é expandir os negócios aos poucos com cada vez mais produtos industrializados do Brasil e novas cafeterias pela China com a cara brasileira.
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