China avisa que resistirá ao protecionismo e à "desglobalização"
Em sessão inaugural do Congresso Nacional do Povo, primeiro-ministro chinês alerta deputados para desestabilização no cenário internacional, e confirma poder e liderança do presidente Xi Jinping.
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Três mil deputados se reúnem a partir de hoje, por duas semanas, no salão Mao Tse Tung, na sessão anual do Congresso Nacional do Povo, em Pequim.
No discurso de abertura da sessão, o primeiro-ministro Li Keqiang confirmou a capacidade de liderança do presidente Xi Jinping, conclamando os deputados a lhe dar apoio numa era de profundas incertezas.
Sem jamais citar diretamente o presidente norte-americano Donald Trump, Li alertou os deputados para os problemas que poderão ser provocados por medidas protecionistas, como aquelas propostas pela nova administração americana.
“Há muitas incertezas sobre a direção que a política internacional das grandes potências econômicas está tomando, e quais serão os seus efeitos colaterais”, discursou Li para os deputados. “Os fatores que podem causar instabilidade e insegurança estão se tornando cada vez mais visíveis”.
"Desglobalização"
Em discreta resposta a Trump, que denunciou a perda de 60 mil fábricas nos Estados Unidos depois que a China ingressou na Organização Mundial do Comércio, o primeiro-ministro disse que a China fará oposição à atual tendência protecionista, e a qualquer tentativa de “desglobalização”.
“Perante às profundas modificações no cenário político e econômico internacional, a China estará sempre do lado da paz e da estabilidade, estará sempre comprometida com a justiça e a igualdade, e trabalhará sempre pela paz mundial, pelo desenvolvimento global e pela ordem internacional”, concluiu Li Keqiang, antes de encerrar dizendo que a China diminuía a sua perspectiva de crescimento econômico em 2017 para 6,5%.
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