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Globalização

OMC considera EUA de Trump em “situação delicada”

Em entrevista publicada neste sábado (4) pelo jornal suíço “Le Temps”, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevedo, reconhece que o protecionismo de Donald Trump sinaliza um momento de retrocesso comercial.

REUTERS/Denis Balibouse/File Photo
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O baiano Roberto Azevedo, de 59 anos, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), define tanto o Brexit, como a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos como movimentos de rejeição ao “establishment”, mas acredita que o caso dos Estados Unidos seja mais complexo.

“Se esses movimentos têm em comum uma certa desconfiança da globalização e do comércio mundial, as suas origens, no entanto, não são comparáveis”, explica Azevedo. “O Brexit responde a um desejo de soberania e autonomia legislativa diante, sobretudo, de uma imigração percebida como danosa. Essa decisão não tem nenhuma relação com uma vontade, por exemplo, de limitar as importações”.

No que diz respeito aos Estados Unidos, a situação é « mais delicada », diz Azevedo, que foi reeleito na terça-feira (28) para mais quatro anos à frente da Organização Mundial do Comércio.

Trump rejeita autoridade da OMC

Esta semana a organização foi novamente atacada pela administração de Donald Trump, que publicou um documento oficial afirmando que "os americanos não são diretamente submissos à OMC, mesmo sendo membros da organização".

De um modo geral, o documento americano, publicado pelo USTR, o equivalente de um ministério do Comércio Exterior, confirma que os Estados Unidos privilegiarão acordos comerciais bilaterais em detrimento dos grandes acordos regionais que lhe são menos favoráveis.

Sob pressão de vários membros da OMC desde que Trump foi eleito com uma plataforma protecionista, o diretor-geral lembra que o momento é de espera.

“Os tempos são difíceis para o multilateralismo comercial. O mais importante, porém, não é o que Washington diz, ou o que se escreve na imprensa, mas o que será de fato executado pela administração americana. Por princípio, eu não posso agir baseado em intenções, mas sim em atos tangíveis, leis e políticas concretas”, concluiu Roberto Azevedo.

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