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Samsung

Herdeiro do grupo Samsung envolvido em escândalo de corrupção

O herdeiro do grupo Samsung e outros quatro executivos da empresa foram oficialmente indiciados nesta terça-feira (28) por corrupção, no âmbito do escândalo político que abala a Coreia do Sul há vários meses, um novo golpe para a maior fabricante mundial de smartphones.

Lee Jae-Yong, herdeiro do grupo Samsung e outros 4 executivos da empresa foram oficialmente indiciados nesta terça-feira(28) por corrupção
Lee Jae-Yong, herdeiro do grupo Samsung e outros 4 executivos da empresa foram oficialmente indiciados nesta terça-feira(28) por corrupção REUTERS/Jung Yeon-Je/Pool
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O indiciamento significa de maneira quase certa que Lee Jae-Yong será levado, ao lado dos quatro executivos, ao tribunal, o que provoca novas inquietações no conglomerado sul-coreano, que recentemente se viu obrigado a retirar do mercado, por falhas, um novo modelo de smartphone.

Lee, 48 anos, foi acusado por "corrupção, utilização indevida de bens públicos, ocultação de ativos no exterior e perjúrio", declarou Lee Kyu-Chul, porta-voz da equipe especial que investiga o caso, que provocou o impeachment da presidente do país, Park Geun-Hye.

Lee Jae-Yong é o vice-presidente da Samsung Electronics, filho do presidente do grupo e neto do fundador. No dia 17 de fevereiro foi decretada sua detenção provisória.

Três dos cinco indiciados pediram demissão, mas não o herdeiro do grupo, informou a Samsung, o principal conglomerado do país, que representa 20% do PIB sul-coreano.

Reestruturação da empresa

A Samsung anunciou ainda o "desmantelamento" do Escritório de Estratégias Futuras, que supervisiona todas as decisões importantes da empresa, como parte de um "programa de reformas" que prevê maior independência para cada departamento da empresa.

O grupo também decidiu acabar com o poderoso departamento responsável pelo lobby junto ao governo, além de afirmar que deseja tornar a política de doações políticas mais transparente.

"Resta saber se é uma nova medida cosmética para desviar a atenção da opinião pública", afirmou Chung Sun-Sup, diretor do chaebol.com, site que monitora o comportamento das empresas.

No passado, recordou o analista à AFP, "a Samsung acabou com departamentos de controle do grupo quando foi descoberto que não cumpriam a lei, mas depois os criou novamente com outro nome".

Lee se tornou o principal executivo da Samsung após uma crise cardíaca de seu pai em 2014.

A família Lee "deve continuar exercendo seu poder e sua influência em todo o grupo", afirmou Sun-Sup.

Fusão polêmica

O anúncio desta terça-feira é um novo golpe para o maior conglomerado empresarial da Coreia do Sul, que enfrenta dificuldades desde que retirou do mercado o Galaxy Note 7, que registrou vários casos de baterias com defeito.

A derrocada foi atribuída em parte ao frágil sistema de gestão de um grupo com funcionamento centralizado, onde os diferentes departamentos aplicam sem hesitar as decisões de um pequeno número de executivos.

O escândalo político na Coreia do Sul tem como principal nome Choi Soon-Sil, amiga há 40 anos da presidente afastada Park, acusada de ter utilizado sua influência para obter mais de US$ 70 milhões de diferentes empresas, e de interferir nos assuntos do Estado.

A Samsung foi a empresa mais generosa para as fundações sob suspeita, controladas pela confidente da presidente. Também repassou milhões de euros a Choi sob o pretexto de financiar na Alemanha os treinamentos de ginetes sul-coreanos, incluindo a filha de Choi Soon-Sil.

Em contrapartida, a Samsung teria recebido o aval do governo para a polêmica fusão em 2015 de duas de suas unidades, Cheil Industries e C&T.

A operação foi denunciada por alguns acionistas que consideraram que a C&T foi deliberadamente desvalorizada. Mas a Caixa de Previdência, importante acionista da Samsung, controlada pelo ministério dos Assuntos Sociais, apoiou a decisão.

Um ex-ministro de Assuntos Sociais foi acusado no mês passado por abuso de poder.

Lee nega todas as acusações.

Os indiciamentos foram anunciados no último dia de mandato da equipe especial de investigadores nomeada em dezembro pela Assembleia Nacional, que agora deve passar o caso aos juízes do Ministério Público.

No total, 31 suspeitos foram indiciados, 17 deles nesta terça-feira. Uma ex-ministra da Cultura e um ex-chefe de gabinete da presidência estão na lista.

Agora o Ministério Público deve prosseguir com a investigação sobre outros grupos, como Hyundai Motor ou a gigante da distribuição Lotte, afirmou o porta-voz da equipe de investigação.

 

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