Forças iraquianas retomam aeroporto de Mossul do grupo EI
As forças iraquianas entraram nesta quinta-feira (24) no aeroporto de Mossul pela primeira vez desde que o grupo extremista Estado Islâmico (EI) assumiu o controle da região, em 2014.
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Apoiados por aviões e drones, os militares iraquianos entraram no perímetro da base aérea e encontraram pouca resistência, mas rastrearam a área para verificar a presença de carros-bomba pilotados por kamikazes. O aeroporto de Mossul é a porta de entrada da zona oeste da cidade e estava sob controle do grupo EI.
"Entramos no aeroporto e as unidades de engenheiros estão limpando as estradas", disse Hisham Abdul Kadhem, comandante da Força de Intervenção Rápida (FIR) do Ministério do Interior. A operação aconteceu no quinto dia da ofensiva para recuperar a totalidade de Mossul, segunda maior cidade do país e último grande reduto do grupo extremista sunita no Iraque.
A zona leste da cidade foi liberada no final de janeiro e retomada do EI três meses depois da grande ofensiva militar iniciada em 17 de outubro, para reconquistar completamente a cidade. A coalizão internacional, sob comando americano, apoia as forças iraquianas com bombardeios aéreos. Nesta quinta-feira, veículos blindados americanos seguiam para o aeroporto ao lado das forças iraquianas.
As forças iraquianas controlam as alas sul e oeste do aeroporto, informou o comandante Kadhem. O esquadrão antibombas começou a desativar os artefatos explosivos deixados pelos extremistas. Nenhuma fonte confirmou o número exato de jihadistas no aeroporto, mas de acordo com imagens gravadas via satélite eles danificaram a pista.
Segundo fontes americanas, quase 2 mil combatentes permanecem entrincheirados na zona oeste de Mossul. O número era avaliado em entre 5 mil e 7 mil homens antes do início da ofensiva contra a cidade, em 17 de outubro passado. Desde domingo, as forças iraquianas reconquistaram um importante posto de controle na estrada que liga Bagdá e Mossul pelo sul, assim como Al-Buseif.
Preocupação com as crianças
A batalha pelo oeste de Mossul preocupa a ONU e várias ONGs que atuam nesta área da cidade. As condições de vida são cada vez mais precárias nesta zona isolada, onde não chegam mantimentos. Nesta quarta-feira (22), um avião militar lançou milhares de cartas escritas pelos moradores do leste de Mossul destinadas aos civis bloqueados na margem oeste do Tigre, o grande rio que divide a cidade.
"Sejam pacientes e ajudem uns aos outros, o fim da injustiça está próximo", afirma uma das cartas, assinada por "População do lado leste". "Permaneçam em suas casas e cooperem com as forças de segurança. São seus irmãos, vieram para libertá-los", afirma outra carta. Médicos e moradores da cidade afirmaram que muitas pessoas já morreram vítimas de desnutrição e falta de medicamentos, metade delas crianças.
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