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Linha Direta

China surpreende e condena teste de míssil da Coreia do Norte na ONU

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Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão voltaram a discutir o teste de míssil balístico realizado no último domingo (12) pela Coreia do Norte, em uma videoconferência de emergência, nesta terça-feira (14). Os três países decidiram intensificar a troca de informações entre as respectivas inteligências. A reunião aconteceu algumas horas depois do encontro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que condenou o teste norte-coreano, o décimo desde abril do ano passado.

O Conselho de Segurança da ONU condenou o teste nuclear norte-coreano
O Conselho de Segurança da ONU condenou o teste nuclear norte-coreano REUTERS/Andrew Kelly
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Vivian Oswald, correspondente da RFI em Pequim

O Conselho de Segurança da ONU condenou por unanimidade o teste norte-coreano em reunião de emergência nesta segunda-feira (13) e pediu aos países-membros que redobrem os esforços para que as sanções impostas à Coreia do Norte sejam aplicadas. Em nota, o Conselho disse "deplorar as atividades de mísseis balísticos da República da Coreia do Norte, que contribuem para o desenvolvimento do sistema de armas nucleares do país e o aumento da tensão".

O texto também lamenta que a Coreia do Norte esteja destinando recursos para este tipo de atividade em detrimento das grandes necessidades de seus cidadãos. A Rússia e a China já haviam condenado os testes norte-coreanos durante o dia. No domingo, durante encontro com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, o presidente Donald Trump havia dito que os americanos apoiavam 100% de seus aliados japoneses na região. O teste norte-coreano está sendo visto como uma provocação ao recém-empossado governo de Donald Trump e provocou inúmeras reações pelo mundo.

China é maior importador da Coreia do Norte

A China é o maior aliado da Coreia do Norte. Setenta por cento das exportações norte-coreanas vêm aqui para o país vizinho. Pequim ainda mantém um diálogo importante com os norte-coreanos, mas a China também parece estar perdendo a paciência com a situação. Ontem, por meio do seu porta-voz, o governo condenou os testes e reiterou que eles violam as resoluções da ONU. Pediu que todas as partes envolvidas evitassem movimentos que pudessem aumentar as tensões na região e disse que todos deveriam “buscar a contenção e manter em conjunto a paz e segurança na região". O porta-voz afirmou ainda que a China vai participar de reuniões na ONU sobre o lançamento com "uma atitude responsável e construtiva".

O Japão e a Corea do Sul foram os primeiros a se manifestar, até porque são os vizinhos mais próximos e, em tese, estariam ao alcance destes mísseis que estão sendo testados. Segundo a agência de notícias estatal da Coreia do Sul, Yanhap, esses equipamentos teriam a capacidade de atingir alvos a mais de dois mil quilômetros de distância, o que poderia afetar cidades como Tóquio, Seul e Hong Kong. Nesta terça-feira, o Japão admitiu que novas sanções à Coreia do Norte poderão estar em cima da mesa e apelou à China, aliado tradicional do regime de Pyongyang, para assumir um papel "construtivo" na resposta a mais este teste.

Coreia do Norte diz que está no seu "direito"

A Coreia do Norte diz que está no seu direito soberano de se proteger. A Coreia do Norte afirmou que o novo teste bem-sucedido teste de míssil balístico de médio a longo alcance representa avanços no seu programa armamentista. A agência de notícias estatal norte-coreana KCNA disse que o líder do país, Kim Jong-un, supervisionou o teste do Pukguksong-(PUGUSON) 2, um novo tipo de arma estratégica capaz de carregar uma ogiva nuclear.

O presidente Xi Jinping recebeu finalmente um telefonema do colega americano Donald Trump na semana passada. Os sinais que os Estados Unidos vinham dado para os chineses vinham causando incertezas para a relação. Trump já havia falado com 18 países, menos a China. O telefonema foi acertado entre as duas partes previamente e pode ajudar a quebrar um pouco o gelo. A China recebeu bem, disse que o país está preparado para trabalhar com os Estados Unidos e que a cooperação entre ambos vai beneficiar não apenas o povo dos dois países como o resto do mundo.

Divergências sobre Taiwan

Vale lembrar que, durante o telefonema, o presidente Donald Trump reconheceu a chamada política da China única, uma exigência dos chineses. Trump havia dito mais uma vez que poderia usar o assunto como moeda de troca para outras negociações com Pequim, comerciais inclusive. Este era um dos fatores de tensão entre os dois países desde que o americano assumiu e falou ao telefone com a presidente da Taiwan. Para a República Popular da China, Taiwan é parte da China, pois só há uma China. Esta é a posição de todos os países do mundo, exceto 21 que ainda reconhecem Taiwan (e não têm relações diplomáticas com a China). Para analistas esse promete ser o tema mais espinhoso do novo relacionamento entre Estados Unidos e China. Dele, podem depender os entendimentos para as negociações entre os dois em todas as outras áreas.

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