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Lançamento de míssil iraniano gera tensões

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohamad Javad Zarif, alertou nesta terça-feira (31) os Estados Unidos para que não criem "novas tensões" por causa do programa de mísseis balísticos do Irã. O novo lançamento de um míssil balístico de médio alcance iraniano foi denunciado na segunda-feira (30) por Israel, provocando reações e advertências de vários países ocidentais. O Conselho de Segurança da ONU faz uma reunião de emergência, nesta terça-feira (31), para discutir o tema.

Teste com um míssil balístico nas montanhas de Alborz, no norte do Irã, em 9 de março de 2016.
Teste com um míssil balístico nas montanhas de Alborz, no norte do Irã, em 9 de março de 2016. MAHMMOD HOUSSEINI / TASNIM NEWS / AFP
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O chanceler iraniano disse esperar que "a questão do programa de defesa do Irã [...] não seja utilizada como um pretexto" pela nova administração americana. A declaração de Zarif foi feita durante entrevista coletiva ao lado do ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Marc Ayrault, que visita o Irã.

Depois dos Estados Unidos na segunda-feira, a União Europeia também expressou hoje sua preocupação quanto ao programa de mísseis iraniano e pediu que Teerã não "aprofunde as desconfianças" realizando testes balísticos. O bloco europeu pediu que o Irã "se abstenha de realizar" tais atividade.

Denúncia israelense

Na noite de segunda-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, denunciou o novo lançamento e informou que vai discutir este assunto com o presidente americano, Donald Trump. Os dois líderes têm um encontro previsto em 15 de fevereiro, em Washington. Em sua página no Facebook, o premiê de Israel disse que o teste é "uma flagrante violação da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas".

O embaixador de Israel na ONU pediu uma ação do Conselho de Segurança a respeito da ocorrência. Numa iniciativa dos Estados Unidos, o orgão então convocou a reunião de emergência para discutir a questão.

Nos últimos meses, o Irã fez uma série de lançamentos de testes de mísseis. Washington disse hoje ter conhecimento dessa atividade.

Violação do acordo nuclear de 2015

Após o lançamento de segunda-feira, tanto os Estados Unidos quanto os governos europeus consideraram o teste como uma violação dos compromissos do acordo nuclear de 2015. Segundo os países ocidentais, os mísseis iranianos podem transportar ogivas nucleares. A República Islâmica insiste que seu programa balístico é totalmente defensivo e "não negociável".

Israel se opôs ao acordo assinado entre o Irã e as principais potências mundiais, que garantem o uso civil do programa nuclear iraniano em troca da retirada progressiva das sanções internacionais. "A agressão iraniana não pode ficar sem resposta", advertiu Netanyahu em sua mensagem.

A Rússia foi o único país a reagir a favor de Teerã, ao afirmar que a reunião de emergência do Conselho de Segurança é uma "tentativa de envenenar a situação". "Estes testes, se ocorreram, não desrespeitam a resolução 2231" do Conselho de Segurança, avaliou o vice-chanceler russo Serguei Riabkov, citado pela agência Interfax.

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