Polícia indiana prende suspeito de estuprar centenas de meninas em Nova Déli

A polícia de Nova Déli identificou e prendeu um suspeito de ter estuprado centenas de adolescentes durante mais de uma década. A denúncia de uma das vítimas, acompanhada de vídeos de segurança, ajudaram a identificar o paradeiro do autor, que confessou o crime.

Ranjana Kumari, presidente da associação WomenPowerConnect denuncia o aumento de agressões visando menores Arquivo pessoal

Sébastien Farcis, correspondente da RFI em Nova Déli

O homem, de 38 anos, é casado e pai de três crianças. Ele morava em uma cidade a mais de 200 km de Nova Déli, mais ia até a capital indiana frequentemente em busca de trabalho. Durante suas viagens ele aliciava meninas nas portas das escolas e, após estuprá-las, voltava imediatamente para sua residência, o que dificultou as investigações.

A denúncia de uma das vítimas, de apenas 10 anos, agredida em dezembro de 2016, foi o estopim da caçada. Com a ajuda de imagens registradas por câmeras de vigilância, a polícia conseguiu identificar o suspeito. Ao ser detido, ele declarou ter atacado mais de 500 meninas em doze anos e estuprado várias delas.

Índia registra 92 denúncias de estupro por dia

O caso ainda está sendo investigado, mas chama novamente a atenção para o problema dos crimes sexuais visando menores na Índia. Segundo Ranjana Kumari, diretora do Centro de Pesquisas Sociais e fundadora da associação WomenPowerConnect, que ajuda as famílias das vítimas, os ataques visando crianças e adolescentes são raramente denunciados.

“As meninas vivem sob tanta pressão por parte da sociedade e da família que elas temem ser apontadas como responsáveis por terem sido estupradas. Eu diria que apenas um em cada dez casos de estupro de menores é informado para a polícia. Essa é uma das razões que fez com que ninguém tenha ouvido falar das agressões cometidas por este homem”, analisa.

O números de crimes sexuais na Índia não para de crescer. Atualmente a polícia do país registra 92 estupros por dia. No caso das vítimas menores, a maioria das agressões acontecem dentro da própria família e têm como autores tios ou avós.