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Iraque/futebol

Ali Adnan, estrela do futebol no Iraque que lutou contra o grupo EI

O iraquiano Ali Adnan é uma das estrelas do futebol do Oriente Médio e joga no Udinese, na Itália. Ele conta como deixou os campos, em 2014, para se engajar ao lado dos militares de seu país contra o grupo Estado Islâmico.

Ali Adnan, jogador iraquiano do Udinese
Ali Adnan, jogador iraquiano do Udinese (Foto: Twitter)
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No verão de 2014, o grupo jihadista Estado Islâmico avança a passos rápidos em diversas áreas território iraquiano. Fallujahn Ramadi e Mossul, uma das maiores cidades do país, estão prestes a cair nas mãos dos jihadistas. Na época, o craque, que jogava no clube turco de Caykur Rizespor, decidiu que era a hora de trocar as chuteiras pelas armas.

“Eu, minha família e meus irmãos apoiamos as forças iraquianas. Estamos prontos para enfrentar Daech (designação do grupo Estado Islâmico em árabe) e acredito que sejam fracos. A mídia transformou Daech em algo mais poderoso do que eles são na realidade”, disse Adnan ao canal da TV nacional Al-Iraqya.

Atualmente Ali Adnan joga na Itália, em Udine. Ele é o primeiro jogador iraquiano a se destacar em seu país, dividido entre as guerras religiosas e a ofensiva contra o grupo terrorista. Em 2015, ele foi obrigado a deixar a seleção iraquiana por um tempo, por conta do assédio.

“Era muita pressão. Recebia ligações de desconhecidos, torpedos…não aguentei", diz. Em entrevista ao jornal francês Libération, seu companheiro de equipe, o francês Cyril Théréau, falou sobre a popularidade do jogador. “Às vezes a gente tirava foto junto e eu colocava nas redes sociais. Muito mais gente do Iraque vinha e comentava do que na Europa inteira”, diz.

"Único meio de unir o país"

Mohamed Gassid, goleiro da seleção do Iraque e amigo de Adnan, também seu depoimento ao Libération. Para ele, ser jogador de futebol no Iraque representa bem mais do que apenas ser um atleta. “Quando jogamos, tudo para no país. As pessoas param de trabalhar, os combates são interrompidos e todo mundo só pensa na seleção. É um dos raros eventos no país que tem esse poder e Ali é um símbolo”, declara.

Sharar Haydar Mohamed, vice-presidente da Federação iraquiana de futebol, diz que ele traz um pouco de felicidade ao "horror vivido no país". “Sua intervenção nas forças iraquianas é legítima, temos inimigos e é preciso combatê-los”. A seleção, que tem curdos, cristãos sunitas e e xiitas, é, para o jogador, “o único meio de unir o país.”

 

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