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Síria/Guerra

Últimos rebeldes e civis deixam as ruínas de Aleppo

Cruz Vermelha confirma que a retirada de Aleppo deverá terminar nesta sexta-feira (23), quando todos os rebeldes e a população civil terão deixado os escombros da cidade, retomada pelo exército de Bashar Al-Assad.

REUTERS/Abdalrhman Ismail
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O fim da retirada é crucial para o regime de Bashar Al-Assad, que deve anunciar nesta sexta-feira a reconquista de Aleppo, sua mais importante batalha em quase seis anos de guerra civil que fez mais de 310 mil mortos.

A liberação de Aleppo não é uma vitória somente da Síria, mas também da Rússia e do Irã”, declarou o presidente sírio, enaltecendo o papel que seus aliados desempenharam na guerra contra os rebeldes.

A retirada da cidade está sendo efetuada sob a supervisão de 31 observadores nacionais e internacionais, respaldados pela decisão de 19 de dezembro do Conselho de Segurança da ONU. A operação humanitária, iniciada em 15 de dezembro, sofreu vários atrasos por causa da desconfiança mútua entre as partes em conflito, dos problemas logísticos e, desde quarta-feira (21), da neve que desacelerou o comboio de veículos rumo aos territórios rebeldes.

“É difícil de prever exatamente quando a retirada será terminada porque as estradas estão cobertas de neve”, informou à agência AFP um rebelde do grupo Ahrar al-Cham.

Crimes de guerra

Ainda que não haja informações oficiais do regime sírio sobre os retirados, a Cruz Vermelha calcula em 34 mil o número de pessoas que já deixaram a cidade desde 15 de dezembro.

Levando em conta as atrocidades cometidas durante a guerra civil na Síria, a Assembleia Geral das Nações Unidas já aprovou a criação de um grupo de trabalho, que preparará um relatório sobre os crimes de guerra cometidos. O relatório seria um primeiro passo para a punição dos responsáveis no Tribunal Penal Internacional, em Haia.

Já o embaixador da Síria nas Nações Unidas, Bachar Jaafari, declarou que o grupo de trabalho da ONU é “uma ingerência flagrante nos problemas internos” da Síria.

Enquanto isso em Moscou, o ministro da Defesa russo, Serguei Choigou, anunciou que os bombardeios da aviação russa “liquidaram” 35 mil rebeldes desde o início das suas operações em setembro de 2015.

O apoio militar russo e iraniano foi determinante para a recuperação do regime de Bashar Al-Assad na guerra civil síria. Com a participação de Ancara (Turquia), Teerã e Moscou dominaram a questão, afastando Washington e os países do bloco Ocidental.

“Aleppo é uma derrota para todos os países hostis ao povo sírio, que utilizaram o terrorismo para satisfazer os seus próprios interesses”, celebrou o presidente Assad nesta quinta-feira, quando recebeu a visita do vice-ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros.
 

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