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Coreia do Sul

População pede queda da presidente da Coreia do Sul, acusada de corrupção

Pelo quarto fim de semana consecutivo, milhares de pessoas saíram às ruas em Seul neste sábado (19), em protesto contra a presidente sul-coreana. A população pede a destituição da chefe de Estado, acusada de envolvimento em um escândalo de corrupção.

Organizadores afirmam que quase 500 mil pessoas saíram às ruas em Seul contra a presidente Park Geun-Hye
Organizadores afirmam que quase 500 mil pessoas saíram às ruas em Seul contra a presidente Park Geun-Hye REUTERS/Kim Hong-Ji
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Com informações de Frédéric Ojardias, correspondente da RFI em Seul

Segundo os organizadores, quase 500 mil pessoas manifestaram na capital, mas a polícia estima que eles eram menos de 200 mil. Protestos também foram registrados em Busan, Gwangju, Daegu e Ulsan, as principais cidades do país. Neste sábado, até mesmo o prefeito de Seul pediu a demissão da presidente Park Geun-hye.

A origem dos protestos é Choi Soon-Sil, uma amiga e confidente da presidente sul-coreana. Ela é investigada por tráfico de influência e corrupção, suspeita de ter aproveitado seus contatos na presidência para extorquir os principais conglomerados econômicos do país, como Samsung, que teria destinado importantes somas de dinheiro a fundações criadas pela amiga da presidente.

A imprensa local descreve Choi como uma "Rasputina" – em alusão a Rasputin, o místico, chamado de "Monge Louco", que exerceu uma grande influência sobre o Czar Nicolau II da Rússia no início do século XX. A amiga da presidente relia e corrigia os discursos da chefe de Estado e até mesmo a aconselhava nas nomeações de integrantes de alto escalão do governo.

Choi é filha de uma misteriosa figura religiosa, Choi-Tae-Min, chefe autoproclamado da Igreja da Vida Eterna, e que havia se convertido em mentor de Park Geun-Hye depois do assassinato de sua mãe, em 1974.

População protesta por diferentes razões

Os sul-coreanos se mostram indignados com o abuso de poder de Choi. “A amiga da presidente fez com que um de seus próximos se tornasse vice-ministro. Ela se meteu em praticamente todos os setores do país. Até sua filha foi admitida ilegalmente na universidade. Isso é inaceitável”, reclama um manifestante.

Mas nem todos saem às ruas pelas mesmas razões. Uma adolescente diz viver em um país que “não protege seus jovens”. Ela usa como exemplo a falta de ação da presidente que “não fez nada, durante sete horas, enquanto o barco Sewol afundava, cheio de estudantes a bordo”. O naufrágio, que custou a vida de mais de 300 pessoas em 2014, foi um das catástrofes recentes que mais marcaram os sul-coreanos.

“Meus filhos aprendem aqui algo que não aprenderão na escola. Além disso, esses protestos são ‘festivos’, diferentes das lutas pró-democracia das quais participei no passado”, conta um dos manifestantes acompanhado da família.
 

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