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Graziano, da FAO, critica indefinição no financiamento do Acordo de Paris

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Os participantes da 22a Conferência do Clima das Nações Unidas em Marrakesh (COP 22) são unânimes em afirmar que existe urgência ena adoção de ações concretas para aplicação do Acordo de Paris. Porém, o financiamento que os países ricos devem liberar para ajudar os países em desenvolvimento a se adaptar a uma economia de baixo carbono, com menor emissão de gases de efeito estufa, ainda atravanca as negociações. A constatação é de José Graziano da Silva, diretor-geral da Agência da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO).

O diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), o brasileiro José Graziano da Silva.
O diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), o brasileiro José Graziano da Silva. @FAOclimate
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Em entrevista à RFI na COP 22, Graziano disse que nada está definido. “As atividades agrícolas representam 20% das emissões globais, mas, ao mesmo tempo, este é o único setor que tem o potencial de sequestrar carbono na atmosfera”, destacou. “A agricultura pode contribuir para a mitigação do efeito estufa, o que outros setores só podem fazer de maneira limitada. Até agora, porém, não se sabe quem vai pagar pelos ajustes na produção agropecuária”, afirmou Graziano.

O brasileiro enfatizou que os países africanos não têm condições de pagar o esforço adicional que precisa ser feito para sustentar a demanda crescente de produção e melhorar o manejo do solo. “Esses países precisam de financiamento tecnológico. Os países afetados pelas secas, cada vez mais frequentes com o aquecimento global, precisam desenvolver sementes resistentes às altas temperaturas. Isso requer financiamento”, explica.

Os países desenvolvidos prometeram US$ 100 bilhões por ano, a partir de 2020, para ajudar as nações em desenvolvimento a financiar a transição para energias limpas. Porém, os recursos têm sido liberados a conta-gotas pelo Fundo Verde das Nações Unidas, criado com essa finalidade. O Acordo de Paris prevê que outras nações, além dos países ricos, ajudem a pagar a conta. A China, a Coreia do Sul e nações ricas em petróleo também foram convidadas a participar do esforço financeiro, mas de forma voluntária.

“Os negociadores na COP 22 estão começando a ter consciência de que a agricultura não é parte do problema, mas é também parte da solução. Mas até agora as negociações do setor agrícola têm sido muito difíceis”, disse o diretor-geral da FAO. Graziano também afirmou que o Brasil pode fazer mais pelos países africanos, oferecendo cooperação tecnológica da Embrapa.

O diretor da FAO considera que a agroindústria brasileira não será prejudicada pela aplicação do Acordo de Paris.

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