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Presidente filipino anuncia em Pequim "separação" dos EUA

O presidente filipino, Rodrigo Duterte, anunciou nesta quinta-feira (20) em Pequim sua "separação" dos Estados Unidos, tradicional aliado de Manila, confirmando uma guinada diplomática em direção a China.

O presidente filipino, Rodrigo Duterte (esquerda) com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang
O presidente filipino, Rodrigo Duterte (esquerda) com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang REUTERS/Wu Hong/Pool
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Duterte, acompanhado por uma delegação de 400 pessoas, está em Pequim para uma visita de Estado de quatro dias. A viagem representa uma retomada das relações entre China e Filipinas, que nos últimos anos esfriaram por conta da disputa pela soberania de algumas ilhas no Mar da China Meridional.

"Anuncio minha separação dos Estados Unidos", afirmou Duterte em um fórum econômico, poucas horas depois de uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, declaração recebida com aplausos.

Ao falar sobre a divergência territorial com a China, Duterte comentou que deseja "adiar o assunto para outra vez", com o objetivo de priorizar a cooperação econômica. O filipino disse a um canal de TV chinês que busca a "ajuda" do gigante asiático nesse setor.

A China comemorou a posição. O presidente Xi Jinping recebeu Duterte em um ambiente solene no Palácio do Povo, na Praça Tiananmen (Paz Celestial). Duterte chamou o encontro de "histórico". "Vai melhorar e desenvolver as relações entre os dois países", disse.

Crítica pela campanha de combate ao crime

Criticado por Estados Unidos, União Europeia e ONU por sua campanha de combate ao crime, que provocou mais de 3.700 mortes, segundo uma contagem oficial, Duterte tem o apoio da China para essa política.

"Pequim apoia o novo governo filipino em sua luta para proibir as drogas, contra o terrorismo e a criminalidade, e está disposta a cooperar nesse tema com Manila", afirmou o ministério das Relações Exteriores da China.

Na quarta-feira (19), Duterte afirmou em um discurso para a comunidade filipina em Pequim que seu país, colônia americana até 1946, teve poucos benefícios em sua aliança com os Estados Unidos.

"Vocês ficaram em meu país por interesse próprio. Chegou a hora de dizer adeus, amigo", afirmou em referência a Washington. "Não irei mais aos Estados Unidos. Seria apenas insultado", completou.

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