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Acordo/Clima

Acordo histórico vai limitar gases que provocam efeito estufa

Comunidade internacional chegou na madrugada deste sábado (15) a um acordo histórico para limitar a emissão dos gases que provocam o efeito estufa. Representantes de 197 países, reunidos em Kigali, Ruanda, firmaram um calendário para a eliminação progressiva dos hidrofluocarbonetos (HFC), um gás utilizado para a refrigeração que é 14 mil vezes mais nocivo do que o CO2.

O acordo para a limitação do consumo de hidrofluocarbonetos vai contribuir para diminuir em 0,5°C a temperatura global, até 2100.
O acordo para a limitação do consumo de hidrofluocarbonetos vai contribuir para diminuir em 0,5°C a temperatura global, até 2100. GETTYIMAGE
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O acordo, considerado histórico, é uma emenda do Protocolo de Montreal sobre a proteção da camada de ozônio. Segundo o texto, os países ricos vão agir mais rápido do que as nações em desenvolvimento. O calendário adotado neste sábado prevê que um primeiro grupo de países, os chamados desenvolvidos, reduza sua produção e consumo de HFC em 10% antes do final de 2019 em relação aos níveis de 2011-2013, e 85% antes de 2036.

Um segundo grupo de países em vias de desenvolvimento, entre eles a China - o maior produtor mundial de HFC - e os africanos, se comprometeu a iniciar sua transição em 2024. Eles deverão reduzir 10% do consumo, em relação aos níveis de 2020-2022, até 2029 e 80%, até 2045. Um terceiro grupo de países em desenvolvimento, incluindo Índia, Paquistão, Irã, Iraque e os países do Golfo, só começará a redução a partir de 2028.

Contribuição importante para o acordo sobre o clima de Paris

A eliminação dos hidrofluocarbonetos da atmosfera vai permitir a redução da temperatura da terra em 0,5°C até 2100, contribuindo para a luta contra o aquecimento global. "No ano passado, durante a COP21 em Paris, prometemos proteger o mundo dos piores efeitos das mudanças climáticas", afirmou o diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Erik Solheim, citado em um comunicado. "Hoje honramos esta promessa", festejou.

Juridicamente vinculante, o acordo de Kigali envia também um sinal positivo a menos de um mês da próxima grande conferência anual sobre o clima, a COP 22, em Marrakesh (Marrocos).

Os HFCs foram introduzidos nos anos 1990s para substituir produtos químicos, que haviam sido banidos por causar buracos na camada de ozônio, mas revelaram-se catastróficos para o aquecimento global. No entanto, trocar HFCs por gases alternativos, como amônia, água ou hidrofluorolefinas (HFO), pode custar caro para países em desenvolvimento afetados por temperaturas elevadas, como a Índia.

"É uma vergonha que a Índia e alguns países tenham escolhido um programa mais lento", criticou a ONG Christian Aid, admitindo, no entanto, que a comunidade internacional em seu conjunto "superou seu primeiro teste sério" em termos de política climática desde a COP21. Com o Pacto de Paris, a comunidade internacional se comprometeu em conter o aumento da temperatura média a menos de 2°C em relação à era pré-industrial.

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