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Banco Mundial/pesquisa

Estudo mostra que 25% dos membros do grupo EI já frequentaram a universidade

Um relatório divulgado nesta quarta-feira (6) pelo Banco Mundial mostra que 25% dos membros do grupo Estado Islâmico frequentaram a universidade e 43% terminaram o ensino médio.

Bandeira do grupo Estado Islâmico num campo de refugiados palestinos no sul do Líbano
Bandeira do grupo Estado Islâmico num campo de refugiados palestinos no sul do Líbano REUTERS/Ali Hashisho
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O documento, que reúne dados internos da organização jihadista, contraria a ideia de que as pessoas com um nível educacional baixo são o principal alvo dos recrutadores do grupo extremista.

A instituição analisou o perfil de mais de 3.803 membros do grupo, incluindo o país de residência, a nacionalidade, o nível de educação ou as experiências anteriores ao jihadismo. O relatório integra um estudo mais amplo dedicado à situação econômica da região do Oriente Médio e da África do Norte.

Uma das conclusões é que o grupo Estado Islâmico procura por candidatos à Jihad bem formados. “Os mais pobres não são alvo da rede extremista, pelo contrário”, ressalta o texto. A descoberta mais importante, aliás, é que esses membros “estão bem longe do analfabetismo”.

Entre 2013 e 2014, a maior parte dos combatentes já tinha o terminado o ensino médio e muitos tinham frequentado uma instituição de ensino superior. A idade média dos jihadistas estrangeiros é de 27,4 anos. Apenas 13,5% pararam os estudos no primário e 1,6% são analfabetos. Cerca de 16,3% dos jihadistas não deram informações sobre sua formação.

Objetivos diferentes

O estudo também traz informações sobre os objetivos dos combatentes na Síria. Muitos deles apenas tinham em mente trabalhar na administração da organização, outros queriam se tornar kamikazes e uma parte se “alistou” para participar dos combates, de acordo com o estudo.

Segundo a pesquisa, quanto mais alto o nível educacional, maior a proporção daqueles que desejam participar de tarefas administrativas e de cometer atentados. A conclusão do estudo é que a marginalização provocada pelo desemprego aparece como um “risco” para a radicalização e o engajamento junto ao grupo EI.

Mudança de carreira

O relatório ainda mostra que os soldados do grupo Estado Islâmico originários da África, da Ásia e do Oriente Médio são mais educados que seus compatriotas. A grande maioria afirma ter tido um emprego antes de reunir à organização, que busca membros em praticamente todos os continentes do mundo. Os cinco países mais representados no grupo são a Árabia Saudita, a Tunísia, o Marrocos, a Turquia e o Egito. No continente europeu, Rússia, França e Alemanha contam com o maior número de combatentes.

O recrutamento de novos membros, revelou a rede americana Sky News no ano passado, passa pelo preenchimento de um questionário que inclui dados pessoais sobre as famílias dos combatentes, números de telefone, contatos familiares e a identidade da pessoa que indicou o potencial combatente. Também são exigidas informações sobre o grupo sanguíneo ou o nível de compreensão da charia, a lei islâmica.

 

 

 

 

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