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Linha Direta

Com o fim da política do filho único, China vive novo "baby boom"

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Nove meses depois da suspensão da política do filho único na China, cresce o número de nascimentos. A disparada da taxa de natalidade pressiona os hospitais, sobretudo nas grandes cidades, que podem começar a trabalhar acima da sua capacidade.

Explosão de grávidas desafiam a capacidade dos hospitais de Pequim.
Explosão de grávidas desafiam a capacidade dos hospitais de Pequim. REUTERS/China Daily
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Vivian Oswald, correspondente da RFI em Pequim

Com o fim da política do filho único, o número de nascimentos tem pressionado as maternidades, sobretudo nas grandes cidades. Em tese, a procura pelos hospitais tende a aumentar a partir de agora, nove meses depois da suspensão da política do filho único. Faltam leitos em algumas maternidades.

Se antes era possível marcar o parto ou reservar o leito depois de 12 semanas de gravidez, agora mesmo quem tenta agendar entre a sexta e a oitava semana tem encontrado dificuldades. Acredita-se que nos próximos anos o país poderá registrar 17 milhões de nascimentos acima da média dos últimos 30 anos, período em que vigorou a lei do filho único.

No ano passado, Pequim já havia registrado um recorde de 200 mil recém-nascidos. Mas a previsão é que este número chega 360 mil este ano, bem acima da capacidade dos hospitais de lidar com algo entre 260 mil e 280 mil nascimentos. Algumas maternidades têm alugado novos espaços e contratado funcionários novos para expandir os serviços de obstetrícia e ampliar a sua capacidade com mil leitos.

Autoridades em várias províncias fora da capital acreditam que  grande quantidade de nascimentos podem causar um excesso de licenças-maternindade simultâneas e influenciar até mesmo no funcionamento de escolas, onde as mulheres correspondem a um percentual muito elevado do contingente de professores. Chegam a mais de 90% em alguns casos.

Gastos desanimam famílias a terem o segundo filho

Há um grande número de mulheres que podem resolver ter filhos desde o fim da política do filho único. Existem 90 milhões de possíveis candidatas, segundo os dados oficiais são Comissão Nacional da Saúde Planejamento Familiar. Mas nem todas deve optar por ter o segundo filho. Embora algumas mulheres se sintam pressionadas pela idade e, por isso, podem ter pressa, muitas já preferem parar no primeiro, ou simplesmente não ter filhos.

As mulheres consideram os custos cada vez mais altos, sobretudo nas grandes cidade, para se criar um filho proibitivo. É verdade que ajuda o fato de 2016 ser o ano do macaco, considerado ideal para ter filhos saudáveis e inteligentes. E as estatísticas mostram que os chineses costumam seguir o horóscopo chinês para trazer seus filhos ao mundo.

A fim da política do filho único foi uma medida tomada pelo governo chinês para tentar reverter o acentuado envelhecimento da população e um desequilíbrio entre homens e mulheres, fruto da preferência das famílias por filhos do sexo masculino, quando só se podia ter um herdeiro. Pelas contas da Academia Chinesa de Ciências Sociais, a população da China, que chegou a 1,37 bilhão de pessoas em 2014, devem bater 1,41 bilhão em 2025, para começar a cair e voltar a 1,3 bilhão em 2050. É claro que, à primeira vista, o número ainda é alto. Mas a perda prevista para o período é o equivalente a pouco mais de meio Brasil.

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