Dalai Lama e Malala pedem educação para refugiados
Em Paris, o Dalai Lama pediu nesta terça-feira (13) que a Europa eduque os milhares de refugiados que chegaram ao continente para que possam voltar e reconstruir seus países. Em Nova York, na véspera, a mensagem de Malala Yousafzai, também Prêmio Nobel da Paz, foi semelhante.
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A jovem paquistanesa pediu aos líderes mundiais que participarão da primeira cúpula da ONU sobre os refugiados que não percam tempo e ajudem a garantir a escolarização das crianças refugiadas.
Já o líder espiritual tibetano, em visita de uma semana à França, fez um apelo especificamente aos europeus, para que invistam na educação de refugiados, “principalmente de crianças”. “Assim logo poderão voltar a seus países e reconstruí-los”, declarou o Dalai Lama.
O monge budista de 81 anos apelou ao "verdadeiro espírito da União Europeia"e pediu que o bloco considere a importância do interesse comum para fazer frente à crise de refugiados. O Nobel da Paz de 1989 lamentou a situação que obrigou essas pessoas a abandonar seus lares. "Há muitos mortos, crianças inocentes, e idosos que já sofreram muito", afirmou.
O Dalai Lama realiza sua primeira visita à França em cinco anos. Durante sua estada, dará uma série de conferências, mas não será recebido por nenhum representante de governo.
Malala reforça importância de ensino para meninas
A cúpula da ONU sobre refugiados e migrantes será realizada nos Estados Unidos, em 19 de setembro, e no dia seguinte haverá uma conferência de doadores de ajuda aos refugiados.
Malala, a pessoa mais jovem a receber um Nobel, por seu trabalho em defesa do direito das meninas à educação, pediu aos líderes que descartem soluções em curto prazo para a crise de refugiados que atualmente afeta 21,3 milhões de pessoas, incluindo quase 4 milhões de crianças.
Cada criança refugiada deve ter acesso a 12 anos ao ensino, afirmou, principalmente em se tratando das meninas, que podem ser forçadas a contrair matrimônios precoces. "Por que os líderes mundiais perdem tempo com essa espécie de concurso de simpatia e não fazem algo que possa mudar o futuro de milhões de crianças?", questionou.
Um relatório do Fundo Malala e da Universidade de Cambridge mostrou que quase dois terços das 3,7 milhões de crianças e adolescentes refugiados de todo o mundo não frequentam escola.
O documento pede aos governos US$ 2,9 bilhões para que, até setembro de 2019, seja criado um novo fundo de apoio à educação dos menores refugiados.
(Com informações da AFP)
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