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Linha Direta

Mau comportamento dos turistas chineses é punido por Pequim

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As autoridades da China estão de olho no comportamento dos turistas chineses. Prova disso é a reforma do código de conduta dos passageiros de avião no país, atualmente em análise. Segundo o texto, quem se comportar mal pode ter pagar multas altíssimas. Não desligar celular, gritar, enfrentar comissários de bordo, entre outras coisas serão consideradas faltas mais graves. As medidas são estudadas porque o governo chinês está cada vez mais preocupado com o mau comportamento dos seus turistas e com a imagem da China que levam para o exterior.

Na China, turistas chineses que se comportam mal estão sendo punidos com multas.
Na China, turistas chineses que se comportam mal estão sendo punidos com multas. FRED DUFOUR / AFP
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Vivian Osvald, correspondente da RFI em Pequim

A Administração da Aviação Civil publicou uma proposta para o novo código de conduta dos passageiros. Se for aprovado, o texto vai virar lei. A ideia é que, quem se comportar mal, terá de pagar multas de até US$ 700. Quem for pego fumando a bordo, ou invadir as cadeiras da Executiva ou da primeira classe e se recusar a sair, estará sujeito às novas penalidades. O mesmo valerá para aqueles que insistirem em não desligar o telefone celular.

Não há estatísticas mas não são raros os casos de passageiros que se instalam em outras classes do avião e se recusam a sair; recentemente a mídia chinesa noticiou uma briga que acabou levando um passageiro chinês a jogar água quente nos comissários.

Não é de hoje que o governo se preocupa com o mau comportamento em geral dos turistas chineses. E isso tem implicações sobre a imagem da China que é levado para o exterior.

Preocupação do governo começou em 2013

Há pelo menos três anos, o governo chinês viu o aumento acelerado das viagens dos seus compatriotas para o exterior. A lei do turismo, criada em 2013, determina que os chineses respeitem as regras locais dos países que visitam.

Foram realizadas campanhas educativas na televisão. Este ano, a Comissão de Turismo do governo criou uma espécie de lista negra dos viajantes não civilizados. Desde que a lista foi criada, o órgão passou a receber denúncias por escrito, fotos e vídeos!

O caso de um estudante chinês que em 2013 escreveu seu nome na parede de um templo egípcio e se tornou viral na internet, seria um exemplo de denuncia documentada que as autoridades poderiam receber. Há também o caso da Tailândia que recentemente divulgou manuais de etiqueta em chinês para evitar que turistas chineses continuem a fazer varais com roupas íntimas em templos locais.

As evidências de mau comportamento serão publicadas para criar o constrangimento àqueles que não sabem se comportar em viagens e para servir de exemplo para os outros.

Lista negra de turistas

A lista negra de turistas chineses tem hoje 19 pessoas que estão impedidas de viajar para fora. Há casos em que a proibição vai até três anos. Entre as denúncias, há desde casos de brigas em bar, a destruição de patrimônio.

Em 2014, em uma visita oficial às Maldivas, o presidente Xi Jinping foi a público dizer a turistas chineses que eles deveriam se comportar bem e comer menos macarrão instantâneo durante suas viagens. Esta teria sido uma resposta às reclamações de resorts de luxo nas Maldivas que estavam retirando as chaleiras elétricas dos quartos para evitar que os chineses cozinhassem macarrão e deixassem resíduos no local.

Explosão do turismo chinês

Atualmente, mais de 430 milhões de chineses viajam de avião e mais de 42 milhões deixam o país em cerca de 120 milhões de viagens. Para se ter uma ideia, os gastos dos chineses no exterior bateram um recorde no ano passado. Foram US$ 215 bilhões. É quase o Produto Interno Bruto (PIB) de um país como a Finlândia, ou seja, tudo o que o país produz em um ano.

Os destinos mais procurados pelos chineses ainda estão na Ásia, segundo um estudo, divulgado na semana passada. Mas Canadá, Austrália e Estados Unidos já estão entre os top ten. Impossível não notar os grupos cada vez maiores de turistas chineses pela Europa.
 

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