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China/Direitos Humanos

China condena o quarto dissidente em menos de uma semana

O ativista dos direitos humanos Gou Hongguo foi condenado nesta sexta-feira (5) na China a três anos de prisão, acusado de "subverter o poder do Estado". Cristão comprometido com a luta contra as expropriações forçadas, ele é o quarto militante social condenado em quatro dias no país. A sentença foi anunciada pelo tribunal de Tianjin (norte).

A companheira de Gou Hongguo, Fan Lili (centro), e outras mulheres de dissidentes se reuniram com diplomatas estrangeiros em Pequim, no início de julho, para denunciar a situação dos presos.
A companheira de Gou Hongguo, Fan Lili (centro), e outras mulheres de dissidentes se reuniram com diplomatas estrangeiros em Pequim, no início de julho, para denunciar a situação dos presos. GREG BAKER / AFP
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Guo Hongguo foi condenado por viajar ao exterior para "treinar a subverter o poder de Estado" e por tentar colocar a opinião pública contra o governo para "derrubar o sistema socialista", indicou o tribunal. Ele se declarou culpado durante o julgamento e não apelará da sentença, indicou a agência estatal Xinhua.

Hongguo ficou famoso por lutar contra as expulsões e expropriações violentas de pessoas sem recursos por parte de agentes imobiliários com o apoio do governo. Ele havia sido detido em julho de 2015, durante uma grande operação contra advogados e ativistas sociais em todo o país. Nos últimos dias, após julgamentos expressos, o mesmo tribunal de Tianjin condenou três famosos ativistas sociais.

O advogado Zhou Shifeng, um conhecido defensor dos direitos humanos, foi condenado na quinta-feira a sete anos de prisão por "subversão contra o poder do Estado". Hu Shigen, autor dissidente e coordenador de igrejas dissidentes em Pequim, foi condenado a sete anos e meio de prisão um dia antes. Zhai Yanmin, um dissidente que organiza protestos, foi condenado na terça-feira a três anos e meio de prisão, mas com suspensão condicional da pena.

EUA criticam condenações a militantes de direitos humanos

O governo dos Estados Unidos criticou os julgamentos e pediu a libertação de todos os advogados e ativistas detidos em julho de 2015. "É preocupante que as autoridades chinesas tenham proibido que os acusados escolhessem os próprios advogados e os tenham privado de contato com seus parentes", disse Mark Turner, porta-voz do Departamento de Estado americano.

As esposas de alguns acusados denunciaram que se encontram sob rígida vigilância e que foram proibidas de comparecer aos julgamentos em Tianjin.

Desde a chegada de Xi Jinping à presidência em 2013, ONGs e analistas denunciam um aumento da repressão contra as vozes críticas do governo do Partido Comunista Chinês.

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