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Reforma/Política

Japão: ministra nacionalista assume pasta da Defesa

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, em posição cômoda após a recente eleição para o Senado, anunciou nesta quarta-feira (3) uma reforma em seu governo. A mudança mais notável é a nomeação para a Defesa, onde sai Gen Nakatani e entra a muito conservadora Tomomi Inada, que foi ministra da Reforma Administrativa em um governo precedente de Abe.

A nova ministra da Defesa do Japão, Tomomi Inada.
A nova ministra da Defesa do Japão, Tomomi Inada. REUTERS/Kim Kyung-Hoon
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Apenas uma mulher havia sido a titular do ministério da Defesa no Japão: Yuriko Koike (eleita governadora de Tóquio no domingo), mas por apenas algumas semanas em 2007. 

Desde que retornou ao poder no final de 2012, após um primeiro mandato frustrado em 2006-2007, o Partido Liberal Democrata (PLD) de Abe venceu todas as eleições importantes e adotou uma linha de direita, que permanece e é reforçada a cada reconfiguração do governo.

Homens-chave são mantidos no governo

Abe anunciou a permanência do ministro das Finanças e vice-premiê Taro Aso, assim como de Fumio Kishida nas Relações Exteriores e do secretário-geral Yoshihide Suga, porta-voz do governo. Esses coladoradores representam o trio mais importante de seu governo há três anos. Abe também manteve em sua equipe o ministro da Revitalização Econômica, Nobuteru Ishihara, o titular de Assuntos Internos, Sanae Takaichi, e o ministro da Saúde, Yasuhisa Shiozaki. No ministério da Economia, Comércio e Indústria (Mertu) assume Hiroshige Sejo.

A nova ministra da Defesa, advogada formada pela Universidade de Waseda, deve acompanhar a aplicação concreta da nova interpretação de uma parte da Constituição, possibilitada por recentes leis de defesa e segurança desejadas por Abe e que reforçam as prerrogativas das Forças Armadas japonesas no exterior.

Ela assume o ministério poucas horas depois do lançamento de um míssil norte-coreano, que caiu no mar do Japão. Além disso, Tóquio reiterou oficialmente na terça-feira a inquietação com as iniciativas de China, que realiza uma política de fatos consumados ao decretar de forma unilateral sua soberania em grandes zonas marítimas da Ásia.

Pequim não aprecia nova ministra japonesa da Defesa

Eleita deputada pela primeira vez em 2005, Inada, de 57 anos, não é bem vista pela China porque visita regularmente o santuário Yasukuni de Tóquio, para irritação de chineses e coreanos, que consideram o santuário xintoísta um símbolo do passado imperialista nipônico. Yasukuni honra as almas de 2,5 milhões de mortos, incluindo 14 criminosos de guerra condenados pelos aliados depois da Segunda Guerra Mundial. A ministra tem por meta "defender as tradições e a criatividade japonesas para fazer do Japão um grande país da moral".

Com a reforma, Abe pretende concentrar o governo na recuperação econômica do país, que segue afetado pela deflação há duas décadas. O Executivo confirmou na terça-feira um plano de US$ 273 bilhões de investimentos. Ao mesmo tempo, o premiê japonês tem grandes ambições nas áreas diplomática e de defesa, com o objetivo final de reformar a Constituição pacifista imposta pelos Estados Unidos, que ocupou o Japão entre 1945 e 1952.

Informações da AFP

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