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África do Sul

Pistorius é condenado a 6 anos de prisão pela morte da namorada

O campeão paralímpico sul-africano Oscar Pistorius foi condenado nesta quarta-feira (6) a seis anos de prisão pela morte da namorada Reeva Steenkamp. A modelo foi assassinada com quatro tiros em fevereiro de 2013.

O campeão paralímpico sul-africano Oscar Pistorius no tribunal de Pretória nesta quarta-feira (6).
O campeão paralímpico sul-africano Oscar Pistorius no tribunal de Pretória nesta quarta-feira (6). REUTERS/Marco Longari
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"A sentença imposta ao acusado pelo assassinato de Reeva Steenkamp é de seis anos de prisão", afirmou a juíza Thokozile Masipa na sala lotada do tribunal de Pretória.

A pena mínima por um assassinato na África do Sul é de 15 anos, o que foi solicitado pela promotoria. Mas a juíza enumerou uma série de fatores atenuantes, como o de que o acusado acreditou que atirava contra uma pessoa que havia invadido a sua casa.

"As circunstâncias atenuantes se impõem aos fatores agravantes. Considero que há circunstâncias atenuantes que justificam não impor a pena mínima de 15 anos por assassinato", afirmou a magistrada.

Assassinato por engano

Ao ouvir a sentença, Pistorius, de 29 anos, abraçou e beijou a irmã Aimée, que estava sentada atrás dele. Imediatamente após o anúncio, o réu foi escoltado pelas forças de segurança para uma área isolada no subsolo do tribunal.

O ex-atleta paralímpico sul-africano, de 29 anos , sempre afirmou que matou a namorada, a modelo Reeva Steenkamp, por engano. De acordo com seu depoimento, na madrugada de 14 de fevereiro de 2013, ele ouviu um barulho estranho no banheiro de seu quarto, onde estava a namorada, e atirou quatro vezes através da porta, pensando que se tratava de um ladrão.

A versão não foi aceita pela promotoria, que voltou suas atenções para a intenção de matar por parte do acusado, independente da identidade da vítima.

Possível apelação

Desde 20 de outubro de 2015, Pistorius estava em prisão domiciliar na casa de um tio, em Pretória, depois de ter passado um ano na penitenciária. Ele cumpria a pena de cinco anos de prisão por "homicídio culposo", a pena inicialmente imposta. Mas em dezembro do ano passado um tribunal de apelação reclassificou a acusação como "assassinato", o que em tese elevava a pena mínima a 15 anos.

A sentença desta quarta-feira pode não ser ainda o fim da saga judicial, já que a defesa do atleta pode apresentar um recurso para diminuir a pena. Durante o julgamento, o acusado e seu advogado, Barry Roux, tentaram sensibilizar o júri sobre a vulnerabilidade física do ex-atleta e as circunstâncias da morte de sua namorada.

Não é a primeira vez que esta estratégia é utilizada. Em junho, Pistorius levantou, retirou as próteses e caminhou com os membros amputados pela sala lotada do tribunal de Pretória.

"Não quero voltar para a prisão"

Em uma entrevista concedida ao canal britânico ITV e exibida no fim de junho, a primeira desde sua detenção, Pistorius afirmou que a namorada gostaria de vê-lo cumprir sua pena ajudando os mais vulneráveis, e não na prisão. "Não quero voltar para a prisão. Não quero desperdiçar minha vida lá", afirmou na entrevista.

"Se me concederem a oportunidade da redenção, gostaria de ajudar os menos afortunados. Eu gostaria de acreditar que se Reeva pudesse olhar para mim que ela gostaria que eu vivesse esta vida", completou.

Pistorius, dono de seis medalhas de ouro em Jogos Paralímpicos, entrou para a história ao competir também nos Jogos Olímpicos de Londres-2012. Durante muitos anos foi elogiado como um exemplo de superação e esforço.

(Com informações da AFP)

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