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Síria/refugiados

51% dos refugiados em 2015 eram crianças, diz ONU no Dia Mundial dos Refugiados

As guerras provocaram o deslocamento, em 2015, de 65,3 milhões de pessoas, de acordo com o relatório “Tendências Mundiais”, publicado nesta segunda-feira (20) pela ONU, em comemoração ao Dia Mundial dos Refugiados. A organização também chama a atenção para a postura dos países desenvolvidos, que dificultam a entrada em seus territórios.  

"Ser acolhida e acolhido com dignidade em outro país é um direito humano!". 20 de junho – Dia Mundial do Refugiado
"Ser acolhida e acolhido com dignidade em outro país é um direito humano!". 20 de junho – Dia Mundial do Refugiado http://caritas.org.br
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De acordo com a organização, o número representa um aumento de 50% em cinco anos, seis milhões a mais em relação a 2014. Uma em cada 113 pessoas é refugiada, está pedindo asilo ou deixando seu país de origem. As crianças representam 51% do total, segundo o documento publicado pela ONU.

O país mais representado é a Síria, com 4,9 milhões de habitantes, seguido pelo Afeganistão, com 2,7 milhões e a Somália, com 1,1 milhão. “A mensagem dos imigrantes que atravessam o Mediterrâneo e chegam à Europa é a seguinte: se não resolvermos os problemas agora, os problemas vão nos atropelar”, declarou Filippo Grandi, representante do Alto Comissariado da ONU para os refugiados, durante uma coletiva de imprensa.

“É lamentável que os países ricos precisaram de todos esses anos para entender o problema. É preciso ação, uma ação política, para colocar fim aos conflitos. Essa é a única maneira de evitar o fluxo de refugiados”, declarou. Em 2015, foram registrados dois milhões de pedidos de asilo nos países industrializados e mais de 100 mil envolvendo crianças desacompanhadas ou separadas da sua família. O número é três vezes maior do que em 2014.

Avanço da xenofobia

A Alemanha é um dos países europeus mais visadso pelos refugiados, com 441.900 pedidos de asilo – um terço feito pelos sírios. Os Estados Unidos chegam em segundo lugar, com 172.700 pedidos feitos por pessoas que fogem da violência ligada ao tráfico de drogas no México e na América Central. A Turquia é o país que mais recebe refugiados no mundo (2,5 milhões), seguida pelo Paquistão e o Líbano.

“O avanço da xenofobia, infelizmente, se transformou numa das principais características do ambiente onde trabalhamos”, declara Grandi. “Temos obstáculos por todos os lados. Não falo apenas dos muros, mas dos obstáculos legislativos cada vez mais numerosos, inclusive os países industrializados”, diz o representante da ONU. Segundo ele, o mais surpreendente é que muitos países, como a França, foram pioneiros na defesa de direitos fundamentais ligados ao asilo político.

A ONU critica principalmente o fechamento da chamada rota dos Balcãs, e o acordo entre Bruxelas e a Turquia, estabelecendo a “devolução” dos imigrantes em território turco. O acordo prevê o retorno à Turquia de 160 mil refugiados que chegaram à Grécia e à Itália, mas apenas 2.406.500 foram recebidos. “A Europa não tem alternativa e continuará a receber pedidos de asilo. Todo mundo deve assumir suas responsabilidades”.
 

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