Egito diz ter encontrado caixa preta do avião da EgyptAir
Uma das caixas-pretas do Airbus A320 desaparecido da EgyptAir foi recuperada, anunciou nesta quinta-feira (16) a comissão de investigação egípcia, em um comunicado. O avião caiu no Mar Mediterrâneo quando fazia a rota Paris-Cairo, no dia 19 de maio, com 66 ocupantes a bordo, entre eles, 40 egípcios e 15 franceses.
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Segundo o comunicado dos investigadores egípcios, a caixa-preta encontrada é a que contém o gravador de voz, que registra as conversas da cabine do avião, mas o equipamento estaria "destroçado". No entanto, o documento revela que os especialistas conseguiram recuperar a memória do aparelho "que é a parte mais importante do gravador", diz o documento.
A caixa-preta contém até duas horas de gravações de conversas entre o comandante de bordo e o copiloto, todas as mensagens no cockpit feitas pelos comissários de bordo e ruídos do avião. O registro pode ser fundamental na compreensão dos motivos da queda do Airbus A320 da EgyptAir.
A Justiça egípcia ordenou que a caixa-preta seja enviada a um comitê técnico para "recuperação e análise das conversas", reitera o comunicado. O documento ressalta que a descoberta do material foi feita por um navio da companhia francesa Deep Ocean Search (DOS), especializado em buscas em grandes profundidades.
Destroços encontrados
Na quarta-feira (15), a comissão de investigação egípcia anunciou que destroços da aeronave foram localizados em "vários lugares". Os fragmentos foram fotografados pelo robô submarino do DOS, que explora a costa egípcia em busca de resquícios do avião.
Os trabalhos de busca continuam nesta quinta-feira com base em um mapa da distribuição dos destroços encontrados. O robô submarino pode descer a até 6 mil metros de profundidade.
Hipótese de atentado é revisada
A teoria de um ataque terrorista dentro da aeronave foi especialmente apoiada pelo governo egípcio, depois de ter sido alvo do atentado de Charm el-Cheik, há sete meses. O ato foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico.
No entanto, a hipótese de um ataque jihadista a bordo do Airbus A320 da EgyptAir vem sendo pouco a pouco descartada devido à ausência de reivindicação e em razão de sinais de falha emitidos pelo avião.
Antes de desaparecer dos radares, o sistema de transmissão automatizado de mensagens do aparelho indicou que 10 alarmes foram acionados a bordo. Ele assinalou fumaça no cockpit, no banheiro e na cabine de pilotagem, assim como falha no computador que gerencia os comandos do avião.
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