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Eleições

Eleições legislativas no Irã registram baixa participação

Cerca de 60% dos eleitores votaram nas eleições legislativas realizadas na sexta-feira (26) no Irã, cujos primeiros resultados oficiais, divulgados neste sábado (27) não ainda permitem designar um vencedor. Embora a população tenha sido convocada para votar em massa, a participação foi mais baixa do que nas últimas eleições legislativas, durante o governo do conservador Mahmud Ahmadinejad.

Iranianos realizam neste sábado (27) a contagem dos votos das eleições legislativas realizadas ontem.
Iranianos realizam neste sábado (27) a contagem dos votos das eleições legislativas realizadas ontem. REUTERS/Raheb Homavandi
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Ainda provisória, a taxa de participação nas eleições legislativas iranianas deve ficar em torno de 60%, de acordo com o Ministério do Interior do país. Em 2012, 64,2% da população foi às urnas eleger os representantes do parlamento e da assembleia de especialistas, encarregada de nomear e substituir o guia supremo.

Segundo o governo iraniano, "ao menos 33 milhões" dos 55 milhões de eleitores votaram. Os números oficiais devem ser confirmados ainda hoje. Para obter uma maior participação, as seções de votação fecharam mais tarde do que o previsto.

Eleições são cruciais para Rohani

A votação é crucial para a manutenção da política de abertura do presidente moderado Hassan Rohani, que espera reforçar seu poder diante dos conservadores. Ao votar no Ministério do Interior, o presidente Hassan Rohani declarou que seu governo via nas eleições "uma imensa marca de confiança" e que o conjunto das instituições garantiria que fossem "legítimas e saudáveis".

"Todos devem votar, todos aqueles que amam o Irã, a República Islâmica, a grandeza e a glória do Irã", declarou depois de votar. "Temos inimigos", afirmou Khamenei sem citá-los, embora normalmente expresse seus receios em relação às potências ocidentais - especialmente os Estados Unidos -, acusadas por ele de realizar uma política de infiltração.

Estas eleições foram as primeiras desde o histórico acordo sobre o programa nuclear iraniano alcançado em julho passado pelas grandes potências e por Teerã. O acerto deve permitir que o país abandone seu isolamento e reative uma economia debilitada por quase dez anos de sanções internacionais. Algumas dessas sanções foram suspensas em meados de janeiro com a entrada em vigor do acordo nuclear.

Eleito em 2013, Rohani acredita que este avanço inverterá a tendência a favor de reformistas e moderados, principalmente no parlamento. Essa mudança e os investimentos estrangeiros decorrentes podem ajudá-lo a aplicar uma política de reformas econômicas e sociais antes do fim de seu primeiro mandato, em 2017.

Quase cinco mil candidatos

Após a desqualificação de 1.400 candidatos, os iranianos escolheram entre 4.844 candidatos, incluindo quase 500 mulheres, para renovar os 290 membros do Parlamento. Um total de 159 candidatos - todos homens - concorrem aos 88 postos da Assembleia de Especialistas. O mandato neste órgão é de oito anos.

Nas últimas legislativas, em 2012, os reformistas boicotaram as eleições em protesto contra a reeleição do presidente ultraconservador Mahmud Ahmadinejad em 2009, que consideraram fraudulenta. Deixaram, assim, o caminho livre para os conservadores. Desta vez, os reformistas participam das eleições e, para aumentar suas chances, apresentaram candidatos comuns com os moderados (alguns deles conservadores).

Os ex-presidentes Mohamad Khatami (reformista) e Akbar Hachemi Rafsandjani (moderado) pediram o voto maciço para os candidatos pró-Rohani para conter o extremismo. O Conselho dos Guardiões da Constituição, que supervisiona as eleições eestá sob o controle dos conservadores, eliminou, por sua vez, os progressistas mais populares, desanimando uma boa parte da população a ir às urnas.

(Com informações da AFP)

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