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Irã/Eleições

Mulheres do Irã lutam por presença no Parlamento

As mulheres, que representam mais da metade da população do Irã, aspiram ocupar mais cadeiras na nova Assembleia Legislativa, que será eleita nesta sexta-feira (26). O Parlamento iraniano tem apenas 3% de deputadas. Dos quase 4.900 candidatos do pleito, somente 500 são do sexo feminino.

Mulheres tentam ter maior participação nas decisões políticas do Irã.
Mulheres tentam ter maior participação nas decisões políticas do Irã. REUTERS/Raheb Homavandi
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O Irã tem uma população de 79 milhões de habitantes, dos quais 50,4% são mulheres. No entanto, nenhuma candidata está na lista de aspirantes à Assembleia de Especialistas, que elege um guia supremo do país, e que também será renovada nesta sexta-feira.

Desde a fundação da República Islâmica, em 1979, o número máximo de deputadas foi de 14 representantes. E mesmo se o atual presidente moderado Hassan Rohani nomeou três mulheres vice-presidentes, o Parlamento conta com apenas nove deputadas, de um total de 290.

Diferente de outros países muçulmanos vizinhos, como o Iraque, no Irã não existe um sistema de cotas de deputadas.

Campanha para eleger mais mulheres no Irã

Diante deste grande desequilíbrio entre população e representação política, militantes da causa feminista lançaram a campanha "Mudar a cara masculina do Parlamento". O primeiro objetivo é obter nestas eleições cinquenta deputadas, "o que seria um grande passo", explica Jila Sgariatpanahi, uma das militantes influentes da campanha.

Já para a Assembleia de Especialistas, composta por 88 membros, a tarefa será impossível pois as 16 mulheres que se candidataram foram eliminadas pelo Conselho dos Guardiões da Constituição, que controla as eleições no Irã. Uma mulher, Monireh Gorji, chegou a fazer parte da primeira Assembleia de Especialistas mas, desde então, os membros do sexo feminino foram sistematicamente excluídos dessa instituição-chave na República Islâmica.

Nas circunscrições nas quais não há candidatas, o grupo feminista recomenda votar em candidatos que não protagonizaram ações contra mulheres no passado. "Queremos, um dia, ter 50% de deputadas no Parlamento", disse Shariatpanahi, que admite que para alcançar essa meta serão necessárias várias etapas. Primeiro, deve haver "uma mudança cultural das pessoas, uma mudança cultural dos líderes", completa.

As principais correntes políticas que participam das eleições desta sexta-feira têm mulheres nas listas, mas em número limitado. Em Teerã, por exemplo, os conservadores apresentam seis mulheres de um total de trinta candidatos. Já os reformadores da capital enfrentam o pleito com oito candidatas.

Com informações da AFP

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