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Síria/ guerra

Grupo Estado Islâmico espalha terror pela Síria e mata ao menos 127

Uma série de atentados reivindicados pelo grupo Estado Islâmico matou pelo menos 127 pessoas na Síria neste domingo (21), em regiões controladas pelo regime do presidente Bashar al-Assad. A maioria das vítimas eram civis e, principalmente, xiitas e alauítas. Foi o dia com mais mortes no país desde 2014.

Imagens da televisão oficial síria mostram ataques no sul de Damasco.
Imagens da televisão oficial síria mostram ataques no sul de Damasco. REUTERS/El Ikhbariya via Reuters
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O grupo extremista Estado Islâmico (EI) afirmou ser o autor de um ataque em um bairro na cidade de Homs (centro), no qual 59 pessoas morreram, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). A 5km ao sul da capital, Damasco, outro duplo atentado atingiu as proximidades de um santuário xiita, matando pelo menos 68 pessoas.

O EI indicou, em um comunicado, que o ataque em Homs foi realizado por dois de seus membros conduzindo "dois carros-bomba, que visaram locais com grande concentração de pessoas" no bairro de Al-Zahra. Neste local, a maioria da população é alauíta, comunidade minoritária à qual pertence o presidente sírio Assad.

Já o ataque próximo ao santuário aconteceu no horário de saída de uma escola, matando “vários alunos”, conforme a televisão estatal síria. Sayeda Zeinab é um importante local de peregrinação xiita e abriga o mausoléu de uma das netas do profeta Maomé.

Conflito generalizado

Em outras frentes, os combates prosseguiam entre as forças do regime e os rebeldes, além de outros confrontos entre as forças curdas e jihadistas, ou ainda rebeldes e jihadistas. Na província de Aleppo (norte), as forças do regime conseguiram avançar com o apoio fundamental da aviação russa e do grupo Hezbollah libanês. Ao menos 50 jihadistas do EI foram mortos nos combates com o exército.

A estes atores, soma-se o envolvimento militar de grandes potências no conflito: a Rússia apoia o regime com a sua aviação e a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos bombardeia o EI. E, na semana passada, a Turquia iniciou ataques aéreos contra as forças curdas sírias perto da fronteira.

À espera de Obama e Putin

Esta situação muito complexa dificulta a aplicação de um acordo que seja acordado por todas as partes, apesar dos esforços da ONU e dos Estados Unidos. Embora as tentativas anteriores de estabelecer um cessar-fogo tenham fracassado, o secretário de Estado americano, John Kerry, anunciou, em Amã, "um acordo provisório" com a Rússia sobre os termos de uma trégua que "poderia começar nos próximos dias". A multiplicação de protagonistas, as profundas divisões internacionais e a ascensão dos grupos jihadistas Estado Islâmico (EI) e Frente Al-Nosra, ligado à Al Qaeda, minam os esforços para uma resolução do conflito sírio, que em cinco anos fez mais de 260 mil mortos e forçou ao exílio mais da metade da população do país.

Antes de uma reunião com o rei Abdullah da Jordânia, Kerry anunciou que voltou a falar ao telefone com seu colega russo, Sergei Lavrov. "Ainda não está concluído, mas espero que os nossos presidentes, o presidente (Barack) Obama e o presidente (Vladimir) Putin, possam conversar nos próximos dias para tentar completar este trabalho", acrescentou Kerry.

O chefe da diplomacia americana negocia há vários dias com Moscou para a implementação de um cessar-fogo, previsto no acordo internacional concluído em Munique, em 11 e 12 de fevereiro, do qual Kerry e Lavrov são os principais arquitetos. O Acordo de Munique do Grupo Internacional de Apoio à Síria (ISSG) foi acertado entre 17 países e três organizações multilaterais a partir de sexta-feira, 19 de fevereiro, mas os combates continuaram.

Com informações da AFP

 

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