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Mundo

Papa Francisco e patriarca Cirilo se encontram em Cuba

O papa Francisco chegou nesta sexta-feira (12) a Havana, capital de Cuba, onde se encontrou com o patriarca Cirilo, chefe da Igreja Ortodoxa russa, numa reunião jamais vista na história.

Papa e patriarca: primeiro encontro em mais de mil anos.
Papa e patriarca: primeiro encontro em mais de mil anos. REUTERS/Max Rossi
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Após a escala de três horas e meia em Cuba, o papa partirá pra o México, onde efetuará uma viagem apostólica ate quarta-feira da próxima semana.

O presidente cubano, Raul Castro, e o cardeal Jaime Ortega, arcebispo de Havana, saudaram o papa no seu desembarque.

Alguns minutos depois, Francisco se encontrou com o patriarca Cirilo no terminal do aeroporto. Os dois homens se beijaram e se abraçaram, antes de sentarem para a reunião, acompanhados por seus conselheiros.

“Enfim, nos encontramos!”, disse o papa Francisco ao patriarca, repetindo sempre, “somos irmãos”.

“É evidente que esta era a vontade de Deus”, disse o papa depois que o patriarca Cirilo observou que “agora as coisas estão mais claras” entre as duas igrejas.

 Neste primeiro encontro entre o chefe da igreja Católica e o da Igreja Ortodoxa russa desde o grande cisma de 1054, o papa e o patriarca deverão assinar uma declaração comum sobre as relações futuras entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa russa.

A políitica nos bastidores

A Igreja Ortodoxa já deixou claro que o encontro será dominado pela questão dos cristãos perseguidos no mundo, sobretudo no Oriente-Médio e na África do Norte.

O papa Francisco vai, porém, mais além. “É uma viagem cheia de compromissos, que tem sido muito desejada pelo meu irmão Cirilo e por mim”, disse o papa aos jornalistas no avião que o levou a Havana.

O encontro, que o Vaticano tentava organizar havia anos, foi mantido em segredo até o ultimo minuto por conta da resistência encontrada na Igreja Ortodoxa.

“A Rússia tem muito a oferecer” para a paz mundial, disse recentemente o papa, quando analisava as consequências da Primavera Árabe. A forte ligação entre o patriarca e o Kremlin dá ao encontro uma dimensão estratégica: “Nos bastidores, há um terceiro protagonista”, o presidente russo Vladimir Putin, já recebido duas vezes pelo papa, sugeriu o vaticanista Marco Politi em seu blog.

“Seria ingênuo supor que a súbita disponibilidade do patriarca não tem nenhuma relação com a situação da Rússia neste momento geopolítico”, comentou Politi, citando o papel que Moscou quer dividir com Washington “na estabilização da situação síria e no combate ao terrorismo djihadista”.

Um porta-voz do patriarca, Alexandre Volkov, desmentiu, entretanto, a análise de Politi, garantindo “veementemente, que o encontro não tem nada a ver com a política”. O patriarca “espera novas perspetivas de cooperação mútua” entre a Igreja Católica e a Ortodoxa Russa, sem considerar, no entanto, a “unidade” entre as duas igrejas.

Na sua primeira viagem à América Latina, o patriarca russo deve ficar em Cuba até domingo, antes de partir num périplo que o levara ao Paraguai e ao Brasil.

 

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