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Linha Direta

Período de férias na China é maior migração humana anual do mundo

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As primeiras partidas para passar o ano novo lunar em família já começaram na China. Durante 40 dias, centenas de milhares de chineses deixam os grandes centros urbanos e voltam para suas cidades de origem no interior. .O fenômeno de "volta para casa" é a maior migração humana anual do mundo. Até março, serão quase 3 bilhões de deslocamentos que saturam os sistemas de transporte da segunda maior economia mundial.

(Foto: Reuters)
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Luíza Duarte, correspondente da RFI em Hong Kong

A queda na demanda das fábricas chinesas tem feito com que os trabalhadores tenham folga mais cedo. Essa é a época mais importante do ano para os chineses. As celebrações do ano novo lunar, que em 2016 começam no dia 8 de fevereiro, devem ser vividas em família. Esta também é a principal temporada de férias no país. Durante um período de 40 dias, centenas de milhares de pessoas deixam os grandes centros urbanos da costa leste e voltam para suas cidades natais no interior.

O "travel rush" ou "volta para casa" em massa de trabalhadores e estudantes na China é a maior migração humana anual do mundo. Desde domingo (24), até o 3 de março, são esperadas 2,9 bilhões de viagens. O número representa um aumento de 3,6% em relação ao ano passado, de acordo com a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China.

 

Na semana da virada de ano, fábricas, grandes empresas, prédios públicos e escolas fecham. Metrópoles como Pequim e Xangai se transformam em cidades fantasmas, sem trânsito e sem suas habituais ruas super lotadas.

Turistas estrangeiros devem evitar visitas ao país

 

Apesar de ser um período atraente, graças às inúmeras tradições, que incluem festejos e ruas decoradas de vermelho e dourado, turistas estrangeiros são sempre aconselhados a evitar visitar o país entre o final de janeiro e durante o mês de fevereiro. A chegada do ano novo lunar também é sinônimo de filas, longa espera, multidão e bilhetes esgotados. Os sistemas de transporte ficam absolutamente saturados.

 

A imprensa estatal chinesa anuncia que o governo tem apostado em facilitar a compra online de bilhetes para reduzir as filas. Foi lançado um sistema via internet que integra operadores de ônibus de 13 províncias e passagens de trem podem agora ser compradas através do celular. Ao menos 60% dos viajantes já teriam optado pelo novo mecanismo. O fluxo de viagens deve crescer nos próximos dias e atingir seu ponto mais alto na semana do ano novo chinês. Em seguida, começa o movimento de retorno.

Autoridades vão colocar à disposição conexões extras

 

Apenas nesta segunda-feira (25), foram registradas 7 milhões de viagens no sistema ferroviário. As autoridades anunciaram que serão colocadas à disposição 400 conexões extras, além de mais de 800 novos ônibus. As companhias aéreas China Southern Airlines e a China Air juntas vão aumentar em 8 mil os voos disponíveis no período. Novas linhas de trem foram inauguras no último ano e estações foram modernizadas.

 

O governo promete novos investimentos em ferrovias este ano e afirma ter reduzido o tempo de viagem para diferentes destinos. No entanto, não faltam relatos das dificuldades enfrentadas para conseguir lugares para as cidades mais concorridas. Quem teve que passar a noite esperando para garantir um bilhete, depois sofre com horas de viagens, transportes superlotados e múltiplas conexões.

 

Mais de 330 milhões de trajetos devem ser realizados, através da rede ferroviária da China, que é uma das mais extensas do mundo. Mas a maior parte dos chineses prefere pegar a estrada na hora de voltar para casa. Os dados impressionam. As rodovias do país se preparam para 2,4 bilhões viagens, enquanto aeroportos vão receber os passageiros de 54 milhões de voos.

 

A desaceleração da economia chinesa também impacta o movimento de “volta para casa”. Fábricas com menos encomendas têm liberado os trabalhadores para as férias mais cedo.

 

Mau tempo prejudica viagens

 

 

O mau tempo não ajuda quem tem que enfrentar longas distâncias e chegar a tempo do ano novo. Para a maioria essa é a única chance do ano para reencontrar a família. São poucos dias para percorrer centenas de quilômetros. Partes da China enfrentaram as temperaturas mais baixas dos últimos 30 anos nesse final de semana.

Os termômetros da capital Pequim marcam hoje mínima de -8ºC. A neve caiu em províncias do sul da China, onde o fenômeno é raro. A onda de frio no início da temporada provocou atrasos, cancelamentos de voos, barcas e chegou a fechar estradas, obrigando muitos chinesas a adiar a partida.

 

Em Hong Kong, o domingo foi o dia mais frio dos últimos 60 anos. A temperatura desceu aos 3ºC, muito abaixo da média da estação nesta região subtropical, onde os prédios não são equipados com calefação. Dezenas de pessoas tiveram que ser atendidas pelos serviços de saúde.

 

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