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Maior país muçulmano do mundo, Indonésia tem pequeno número de radicais

Os jornais desta sexta-feira (15) destacam em suas manchetes o combate à organização ultrarradical Estado Islâmico (EI), que tem atraído para seu campo de ação células terroristas de vários países.

Cerca de 90% da população indonésia é muçulmana.
Cerca de 90% da população indonésia é muçulmana. REUTERS/Beawiharta
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Ontem, o EI fez seu primeiro ataque de grandes proporções na Indonésia, o maior país muçulmano do mundo. Dos 250 milhões de habitantes, 90% praticam o islamismo, mas de forma moderada, rejeitando o fundamentalismo. O governo estima a presença de 1.000 extremistas no país.

O jornal Libération explica que desde a independência da Indonésia, em 1945, essa ex-colônia holandesa é palco de "agitação islâmica". Nos anos 50, o movimento Darul Islam (A Casa do Islã, em português) protagonizou uma rebelião violenta. Mas assim como o partido islâmico pacifista local, o movimento radical foi reprimido pelo regime ditatorial indonésio, que se recusou a adotar o islamismo como religião de Estado e aboliu a crença em um único Deus. Durante um longo período que foi até os anos 90, essa pseudo tolerância do regime permitiu a expressão de minorias, como cristãos, budistas e hinduístas, com sobressaltos pontuais de violência.

No final da década de 90, células radicais islâmicas voltaram com força à paisagem, em parte por falta de prudência das autoridades. Esse contexto foi agravado pela ação da Arábia Saudita, que nos últimos anos financiou a implantação de mesquitas salafistas, a corrente mais radical do islamismo, em toda a Indonésia. No entanto, globalmente, segundo analistas ouvidos pelo Libération, a Indonésia é um país de islamismo moderado, onde apenas poucas pessoas estão sujeitas à radicalização. A organização Estado Islâmico vê o país como um viveiro potencial de terroristas, mas especialistas ouvidos pelo jornal francês consideram este risco limitado.

EI exporta terrorismo como arma de propaganda

Le Figaro afirma que faz parte da estratégia do EI exportar o terrorismo a novas destinações. Depois de Istambul, na terça-feira, os jihadistas atacaram o Afeganistão na quarta e Jacarta nessa quinta-feira. Os atentados na Indonésia visaram estrangeiros, pois aconteceram no bairro das embaixadas, onde transitam ocidentais. Além dos cinco terroristas abatidos pela polícia, as duas vítimas fatais são um canadense e um holandês, destaca o Le Figaro.

"No caso da Indonésia, onde o islamismo praticado é considerado não violento, os jihadistas do EI reivindicam sua presença de maneira oportunista", diz o diário. Um especialista ouvido pelo jornal afirma que é inútil buscar um plano de ação super organizado dos jihadistas. Os ataques do EI comportam uma dimensão antiocidental, mas permanecem aleatórios.

Em sua manchete, Le Figaro afirma que o presidente francês, François Hollande, colocou as Forças Armadas no centro da luta antiterrorista. Atualmente, a França mantém cinco operações militares externas em diferentes países da África e do Oriente Médio, todas contra a expansão de grupos ultrarradicais islâmicos.

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