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China se mobiliza em negociações de paz no Afeganistão

Representantes da China, Estados Unidos, Paquistão e Afeganistão estão reunidos a partir desta segunda-feira (11), em Islamabad, para tentar relançar o processo de paz no território afegão. Pequim está cada vez mais envolvida nas negociações na região.

Os rebeldes talibãs boicotaram as negociações retomadas no Paquistão.
Os rebeldes talibãs boicotaram as negociações retomadas no Paquistão. REUTERS/Omar Sobhani
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A China está cada vez mais mobilizada para tentar diminuir as tensões em terras afegãs, já que o conflito no país pode ser uma fonte de desestabilização do Xinjiang, região do extremo oeste chinês, que faz fronteira com Afeganistão e Paquistão. O território é palco de tensões ligadas a uma parte da minoria muçulmana local, os uigures, que contesta a política repressiva de Pequim. Além disso, o governo chinês, que mantém boas relações com Islamabad, espera usar sua influência junto às autoridades paquistanesas para tentar acalmar a situação. O Paquistão já foi acusado, pelo próprio presidente afegão, Ashraf Ghani, de alimentar a rebelião talibã na região.

Mas o interesse da China também é econômico. O presidente chinês, Xi Jinping, vem anunciando que o desenvolvimento da “nova Rota da Seda”, ligando a região de Xijiang ao porto de Gwadar, na fronteira entre Paquistão e Afeganistão, é uma de suas prioridades em termos de política externa. No entanto, o conflito na região poderia atrapalhar os planos de Pequim, que já prometeu investir US$ 46 bilhões para a abertura de um corredor ligando a China ao mar de Omã.

Talibãs boicotaram negociações

Os talibãs estão divididos sobre a possível participação nas reuniões que começaram essa semana. Alguns membros do grupo cogitaram enviar representantes, mas o encontro teve início sem nenhum membro dos insurgentes.

No entanto, Sartaj Aziz, conselheiro do primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, explicou que o principal objetivo das discussões é justamente convencer os talibãs a participarem das negociações, numa tentativa de cessar a violência que não parou de progredir nos últimos 12 meses no Afeganistão. “Não podemos ameaçar o lançamento de operações militares contra grupos que têm opiniões divergentes antes de convidar todos para discutir”, declarou o representante de Islamabad.

Os talibãs intensificaram suas operações em 2015 para tentar derrubar o governo de Cabul, enfraquecido após a saída de parte das tropas estrangeiras do país, em 2014. Vários atentados foram realizados na capital afegã desde então. Para piorar a situação, o frágil processo de reestabelecimento da paz no país foi interrompido no ano passado pelo anúncio da morte de um dos fundadores do movimento talibã, o mulá Omar.

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