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OPAQ afirma ter concluído destruição de arsenal químico da Síria

A totalidade do arsenal químico declarado pela Síria em 2013 foi destruída. O anúncio foi feito pela entidade encarregada de supervisionar o processo nesta terça-feira (5), dois anos depois que as primeiras armas foram retiradas do país. A Organização pela Proibição das Armas Químicas (OPAQ) informou, no entanto, que continua "muito preocupada" com as acusações de utilização de gases mostarda, sarin e cloro em combates da guerra civil síria, que já dura quase cinco anos.

Especialistas das Nações Unidas inspecionam local onde teria acontecido ataque com armas químicas na Síria
Especialistas das Nações Unidas inspecionam local onde teria acontecido ataque com armas químicas na Síria REUTERS/Mohamed Abdullah
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O arsenal "foi 100% destruído", declarou o porta-voz da OPAQ, Malik Ellahi. Logo depois, o diretor geral do órgão, Ahmet Uzumcu, declarou em um comunicado que "esta destruição encerra um capítulo importante na eliminação do programa de armas químicas na Síria". As últimas 75 ogivas de fluoreto de hidrogênio foram destruídas em uma usina do Texas, nos Estados Unidos. O texto ressalva, no entanto, que a agência, afiliada à ONU, "continua a trabalhar para esclarecer a declaração síria e responder sobre os contínuos relatos de utilização de armas químicas no país".

De acordo com os acordos internacionais, o arsenal deveria estar completamente destruído em junho de 2014, mas a OPAQ informou que as más condições do material atrasaram a eliminação: "A necessidade de inventar uma solução técnica para tratar essas armas em condições deterioradas ou perigosas retardou o processo".

Depois de um ataque químico que matou centenas de pessoas na região da Guta oriental, a leste de Damasco, em agosto de 2013, a Síria aceitou declarar, inventariar e entregar aos organismos internacionais todo seu arsenal químico, como parte de um acordo supervisionado pela ONU. No total, 1,3 mil metros cúbicos de armas químicas foram confiscados na Síria. A maior parte, composta principalmente de gases mostarda e sarin, foi neutralizada a bordo de um navio da marinha americana, antes de ser transformada em dejetos que foram também destruídos em seguida.

Ataques continuaram após entrega do arsenal

No último dia 6 de novembro, a OPAQ confirmou, sem apontar culpados, que gás mostarda foi utilizado em agosto e gás de cloro, em março. Um relatório publicado na segunda-feira (4) denunciou que pessoas na Síria podem ter sido expostas ao gás sarin ou a uma substância similar.

Ao longo do ano, tanto o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) quanto as Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG, milícia ligada ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão, que luta contra o grupo Estado Islâmico na Síria) denunciaram ataques químicos realizados pelos jihadistas. A natureza do gás, que teria sido lançado contra os combatentes curdos em Hassaká, no nordeste sírio, não foi determinada.

Mas, na época, as forças curdas descreveram "irritação na garganta, olhos e nariz, acompanhada de dores de cabeça, musculares, perda de concentração, problemas de mobilidade e vômitos". Em março, o governo do Curdistão iraquiano afirmou ter provas de que o grupo EI usou gás de cloro como arma química contra suas forças. O cloro é um gás sufocante, proibido nos conflitos armados pela Convenção de Armas Químicas de 1997.

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