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Síria

Morte de líder jihadista suspende acordo entre Síria e Grupo Estado Islâmico

O exército do regime de Damasco desferiu um duro golpe contra um dos principais movimentos rebeldes que operam na Síria. O grupo Jaich al-Islam confirmou a morte de seu chefe, Zahran Alloush, em um ataque aéreo na sexta-feira (25). O acordo entre o governo sírio e outros grupos jihadistas, entre eles o grupo Estado Islâmico, que deveria evacuar três bairros no sul da cidade de Damasco neste sábado (26), foi suspenso temporariamente.

Zarhan Alloushe, chefe da Jaich al-Islam.
Zarhan Alloushe, chefe da Jaich al-Islam. REUTERS/Bassam Khabieh
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Com informações de Paul Khalifeh, correspondente da RFI em Beirute.

Este acordo inédito fechado entre Bashar al Assad e o grupo Estado Islâmico, entre outras organizações, previa a retirada de 4 mil pessoas da capital rumo à cidade de Raqa, considerada a capital dos extremistas. Mas o plano foi cancelado após o assassinato de Zahran Alloush. Apesar de seu grupo não fazer parte do acordo, as organizações terroristas do sul de Damasco acharam melhor suspender a evacuação, por questões de segurança, mas garantem que o acordo não foi cancelado.

No ataque de sexta, os espiões do presidente Bashar al Assad foram informados do horário e do local onde se encontrariam diversos líderes opositores – vários acabaram morrendo.  Zahrane Allouche dirigia com mão de ferro o Jaich al-Islam (Exército do Islã), um grupo salafista próximo da Arábia Saudita. Seus 15 mil homens estão na primeira linha em todas as frente de batalha Ghouta, o cinturão agrícola dos arredores de Damasco.

Eles bombardeiam regularmente o centro da capital e lançaram, nos últimos três anos, várias ofensivas para tentar penetrar na defesa do exército sírio na capital do país. Mas há algumas semanas, os rebeldes recuam diante de um exército governamental mais ofensivo e motivado, impulsionados pelos ataques da aviação russa.

Foi justamente para estudar as maneiras de enfrentar as forças leais ao governo que Zahrane Allouche havia reunido os principais comandantes e chefes de dois grupos islamistas, Faylaq al-Rahmane e Ahrar al-Cham. Mas o serviço secreto de Baschar al-Assad estava bem informado sobre o encontro.

Noite com 71 mortos

Três aviões sírios atiraram oito mísseis fornecidos pela Rússia contra uma fazenda na localidade de Otaya, a leste de Damasco. Um vídeo apresentado pelo porta-voz do exército sírio mostra diversos mísseis explodindo simultaneamente sobre construções da propriedade rural.

Além de Zahrane Allouche, de 44 anos, morreram Abdel Nasser Chmeir - um capitão dissidente do exército e chefe da Faylaq al-Rahman - e 15 outros comandantes. O Jaich al-Islam anunciou, na noite de sexta-feira (25), um novo líder para suceder seu fundados: Abou Hammam Bouyadani. Mas analistas preveem a desintegração deste grupo composto originalmente por cerca de 60 radicais islâmicos. Sua coesão se devia em grande parte à persnalidade agregadora ed Zahrane Allouche.

Pelo menos 71 combatentes morreram na noite de sexta-feira no norte da Síria, na sequência de um ataque suicida cometido pela Frente Al-Nosra, braço local da Al-Qaeda, contra soldados do presidente Bashar al Assad. O atentado teria sido o estopim para uma série de combates na província de Alepo. Do lado dos jihadistas, seriam 38 mortos, contra 33 soldados do governo sírio. O balanço é da organização Observatório Sirio dos Direitos Humanos.

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