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Belém/Natal

Cidade-natal de Jesus tem menos fiéis e mais segurança

Mesmo com tensão, que afastou muitos fiéis, celebrações natalinas estão com lugares esgotados na Basílica da Natividade, em Belém. O local teve a segurança reforçada para acolher os visitantes. Na Faixa de Gaza, número de cristãos diminui a cada ano, com jovens deixando o território para fugir da violência e das más condições de vida.

Fiéis na Igreja da Natividade, em Belém.
Fiéis na Igreja da Natividade, em Belém. Foto: Reuters
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Com colaboração de Richard Furst, de Belém*,

O sistema de segurança vai ser o maior de todos os natais em Belém, a cidade onde, segundo a tradição bíblica, Jesus nasceu. Militares estão mobilizados por todo centro histórico da cidade palestina: nos telhados, ruas e carros, além de policiais posicionados dentro das igrejas.

"Neste ano, a organização da Praça da Manjedoura está diferente", comentou Vera Baboun, prefeita de Belém, durante conversa com jornalistas.

Um controle severo é feito na movimentação de pessoas para evitar ataques terroristas no topo da colina onde está a imponente Basílica da Natividade, de mais de 1.500 anos. É dentro da igreja que está a gruta onde, no chão, uma estrela de prata de 14 pontas indica o local do nascimento do Menino Jesus.

Apesar do clima de tensão, os cristãos palestinos e turistas parecem esquecer, por um momento, as notícias sobre a onda de violência na Terra Santa. A expectativa é de que fiéis lotem a igreja durante as celebrações natalinas.

O dia 25 de dezembro é apenas uma das três celebrações de Natal em Belém. As comemorações vão até janeiro. Para os cristãos ortodoxos, as celebrações são programadas no dia 7 de janeiro. Os eventos se encerram com a celebração dos cristãos armênios, no dia 16 de janeiro.

Faixa de Gaza perde fiéis

A celebração dos festejos natalinos acontece com um número cada vez menor de fiéis. No berço do Cristianismo, restam pouco mais de 52 mil cristãos, o que representa 1,37% dos palestinos que vivem nos territórios ocupados.

A situação é considerada mais crítica em Gaza, onde o número de cristãos era estimado em mais de 7 mil nas últimas décadas. Mas as guerras recentes no território controlado pelo Hamas, fizeram muitos jovens deixar o enclave palestino entre Israel, Egito e o Mar Mediterrâneo, para emigrar rumo à Europa ou aos Estados Unidos.

Os sofrimentos do povo palestino foram mencionados pelo patriarca de Jerusalém, Fouad Twal, durante a celebração da missa na Igreja da Sagrada Família de Gaza, em uma de suas raras visitas ao território. "No ano que passou, tivemos muitos pontos negativos: vimos a violência, o exílio, a fome e a dor. Tenhamos esperança no ano que chega, que ele possa trazer mais justiça, igualdade, união e misericórdia", declarou a mais alta autoridade católica romana na Terra Santa.

Poucos moradores de Gaza podem se deslocar à Cisjordânia, onde se encontra Belém, para celebrar o Natal. Eles devem obter uma autorização, liberada a conta-gotas e por apenas alguns dias por Israel. Em 2015, o governo israelense concedeu apenas 800 autorizações para moradores deixarem a Faixa de Gaza.

* com informações da agência AFP
 

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