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Mulher do blogueiro saudita preso recebe prêmio Sakharov

Ensaf Haidar, esposa do blogueiro saudita Raif Badawi, condenado em seu país a mil chicotadas por "insultar o islã", recebeu pelo marido o prêmio Sakharov pela liberdade de consciência nesta quarta-feira (16). A distinção é concedida pelo Parlamento Europeu, com sede em Estrasburgo, no leste da França.

Ensaf Haidar recebeu nesta quarta-feira (16) o prêmio Sakharov pelo marido, Raif Badawi, na sede do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
Ensaf Haidar recebeu nesta quarta-feira (16) o prêmio Sakharov pelo marido, Raif Badawi, na sede do Parlamento Europeu, em Estrasburgo. REUTERS/Vincent Kessler
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"Peço aqui novamente ao rei Salman que indulte Raif Badawi e que o liberte sem condições e imediatamente", afirmou no plenário o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, antes de entregar o prêmio. A distinção já havia sido anunciada no dia 29 de outubro.

O prêmio Sakharov à liberdade de consciência, que leva o nome em homenagem ao cientista e dissidente soviético Andrei Sakharov, foi criado em 1988 pelo Parlamento Europeu para prestar tributo a pessoas ou organizações que dedicaram suas vidas ou ações à defesa dos direitos humanos e das liberdades.

"Uma voz livre no país do pensamento único"

Muito aplaudida pelos deputados europeus, Ensaf Haidar, que viajou do Canadá, onde está refugiada, afirmou que seu marido representa "uma voz livre no país do pensamento único".

De acordo com Haidar, "a sociedade [saudita] vive sob a sombra de um regime teocrático, que pede às pessoas apenas servidão". "Na Arábia Saudita, um pensamento livre e lúcido é considerado como um blasfêmia, é a ideologia de algumas sociedades árabes", lamentou.

Preso por "insultar o islã"

O blogueiro Raif Badawi, de 31 anos é cofundador do site Rede Liberal Saudita, um fórum de discussão na internet. Ele foi detido em 2012 depois que foram publicadas críticas à polícia religiosa saudita.

No fim de 2014, Badawi foi condenado a 10 anos de prisão e a 50 chicotadas por semana durante 20 semanas por "insultar o islã" no país ultraconservador, berço do wahabismo, uma versão mais rigorosa do islã. A pena foi alvo de críticas da União Europeia, dos Estados Unidos e da Anistia Internacional, que a considerou "escandalosamente desumana".

O blogueiro recebeu uma primeira sessão de chicotadas em 9 de janeiro. As punições seguintes foram adiadas por razões de saúde, em um primeiro momento, e por motivos não revelados depois.

No final de novembro, o chanceler suíço Yves Rossier afirmou que a sentença contra Badawi havia sido suspensa. "Um procedimento de indulto está em curso a mando do chefe de Estado, ou seja, o rei Salman ben Abdelaziz al Saud", disse.

(Com informações da AFP)

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