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Síria/EUA

Síria e EUA trocam acusações sobre bombardeio que matou soldados do regime

A Síria reagiu com indignação nesta segunda-feira (7) a um suposto bombardeio internacional que matou, pela primeira vez, soldados do regime. No entanto, a coalizão sob o comando americano negou qualquer responsabilidade no incidente.

O regime de Damasco acusa a coalizão dirigida pelos Estados Unidos de matar tropas sírias.
O regime de Damasco acusa a coalizão dirigida pelos Estados Unidos de matar tropas sírias. REUTERS/ECPAD
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Em uma carta ao Conselho de Segurança e ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, a chancelaria síria condena o que classifica de "agressão flagrante", na qual morreram ao menos três soldados sírios na noite de domingo (6). Segundo o documento, o bombardeio, atribuído à coalizão liderada pelos Estados Unidos, "viola abertamente a Carta da ONU".

De acordo com a chancelaria, três soldados sírios morreram e 13 ficaram feridos em consequência de bombardeios realizados por quatro aviões da coalizão a um campo militar da província de Deir Ezzor, no leste da Síria. A coalizão nega ter bombardeado as instalações militares citadas pelo regime.

O porta-voz da coalizão, coronel Steve Warren, disse à agência de notícias AFP não ter ocorrido "nenhum bombardeio nesta parte de Deir Ezzor, mas a 55 quilômetros dali". "Então, não vemos provas" das acusações do governo sírio, acrescentou.

Breet McGurk, enviado especial do presidente americano, Barack Obama, para supervisionar as manobras da coalizão, também desmentiu no Twitter a versão do governo sírio. "As informações sobre o envolvimento da coalizão são falsas", escreveu.

O ministério sírio das Relações Exteriores pediu "ao Conselho de Segurança da ONU que atue imediatamente ante esta agressão e tome as medidas apropriadas para evitar que se reproduzam".

Bombardeio foi relatado pelo OSDH

A informação sobre a morte dos quatro soldados sírios e 13 feridos foi divulgada pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), uma entidade baseada em Londres que monitora a guerra civil na Síria. O ataque teria ocorrido perto da cidade de Ayyash. Segundo o OSDH, é a primeira vez em que a coalizão antijihadista internacional mata soldados sírios em um de seus bombardeios.

Um fonte militar disse à AFP, sob anonimato, que o ataque danificou dois tanques e atingiu vários edifícios utilizados como depósitos de armas, além de um campo de treinamento.

A maior parte da província de Deir Ezzor está sob o controle do grupo jihadista Estado Islâmico, mas o regime segue presente em algumas áreas, entre elas a capital. A coalizão faz uma ofensiva aérea contra jihadistas do EI na Síria desde setembro de 2014, e não coordena seus ataques com o governo de Bashar al-Assad.

Damasco critica com frequência os bombardeios da coalizão, ao considerar que são ineficazes e ilegais, já que não são coordenados com as tropas governamentais. "A coalizão americana carece de seriedade e credibilidade para combater o terrorismo de forma efetiva", declarou o ministério sírio das Relações Exteriores neste sentido.

A Rússia, firme aliada do governo sírio, iniciou sua própria campanha aérea no dia 30 de setembro, e coordena seus ataques com as tropas do regime.

O incidente em Deir Ezzor ocorreu depois que Obama prometeu destruir o EI, após um tiroteio na semana passada que deixou 14 mortos na Califórnia e foi reivindicado pelo grupo jihadista. Obama prometeu que os Estados Unidos irão "destruir o Estado Islâmico e qualquer outra organização que queira nos prejudicar". Obama descartou, por outro lado, que o país possa ser "arrastado novamente a uma guerra longa e cara no Iraque e na Síria".

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