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Alemanha/ clima

Começa reta final de negociações preliminares da COP 21

A seis semanas do início da Conferência do Clima de Paris (COP 21), os representantes de 195 países iniciaram nesta segunda-feira (19) a última semana preliminar de negociações de um acordo mundial para frear o aquecimento do planeta. Os países em desenvolvimento criticam o texto-base, que privilegiaria as economias desenvolvidas.

Negociações em Bonn, na Alemanha, acontecem até sexta-feira (24), em vistas ao futuro acordo climático global.
Negociações em Bonn, na Alemanha, acontecem até sexta-feira (24), em vistas ao futuro acordo climático global. http://climate-l.iisd.org
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Na abertura desta última sessão em Bonn, sede da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (Cnuccc), os países mais pobres criticaram o novo documento que serve de modelo para as discussões.

"O texto é extremamente desequilibrado", declarou na sessão de abertura a delegada sul-africana Nozipho Mxakato-Diseko, em nome do grupo G77 e da China, que reúne 134 países emergentes e em desenvolvimento. "O documento ignora completamente as propostas do grupo G77 sobre o financiamento", explicou à AFP Gurdial Singh Nijar, porta-voz de um dos subgrupos do G77.

A delegada sul-africana elogiou, no entanto, a atenção demonstrada pelos co-presidentes, o argelino Ahmed Djoghlaf e o americano Daniel Reifsnyder, que propuseram que novos apontamentos fossem acrescentados antes do início concreto das negociações. Os dois co-presidentes foram nomeados no início de setembro pelos países da ONU para propor um texto mais claro e conciso, reduzido de 80 para 20 páginas.

Falta de ambição

A chefe da delegação francesa, Laurence Tubiana, reconheceu nesta segunda-feira em sessão plenária que faltava "ambição em todos os pontos" do texto. Ela ressaltou, entretanto, que os diplomatas estão em Bonn “para corrigir os pontos fracos".

"O tempo está passando", disse, chamando os representantes dos países a “assumir responsabilidades para atingir o essencial”, uma vez que as negociações climáticas desembocam muito frequentemente em debates processuais.

A maior ambição do futuro acordo de Paris é marcar uma virada na luta para conter a emissão de gases do efeito estufa, principalmente relacionados à queima de combustíveis fósseis. Deve também ter em conta as necessidades de adaptação, principalmente dos países em desenvolvimento, aos impactos do aquecimento.

Promessas atuais estão longe da meta máxima de aquecimento

Na fase atual das negociações, 150 Estados apresentaram à ONU sua "contribuição" para reduzir as emissões no período de 2025-2030, propostas que serão levadas em conta na conferência de Paris. O evento acontece de 30 de novembro a 11 de dezembro.

As promessas na mesa, entretanto, ainda colocam a Terra em um trajeto de aquecimento de 2,7°C ou 3ºC. O valor ainda é melhor do que os 4°C ou 5°C que se anunciam se nada for feito, mas muito distante da meta de 2°C. Os climatologistas preveem que, além desta elevação da temperatura, haverá um aumento dos eventos extremos e consequências irreversíveis para a fauna, a flora, os oceanos e as economias.

Dúvidas sobre financiamento para países emergentes

Além disso, muitos países em desenvolvimento necessitam de um apoio financeiro e tecnológico para reduzir suas emissões e lidar com os impactos que já estão sendo sentidos. Uma questão particularmente aguardada é a concretização da promessa, feita em 2009, de US$ 100 bilhões de ajuda financeira anual dos países do norte para os do sul, até 2020. Os países em desenvolvimento exigem um roteiro concreto de liberação das verbas.

Os dois maiores poluidores do mundo, China e Estados Unidos, concordaram sobre a necessidade de aumentar as ambições relacionadas com a redução dos gases.

O presidente francês, François Hollande, garantiu nesta segunda-feira que haverá um acordo na COP 21. "Haverá um acordo em Paris. A questão é saber a que nível será e se poderá ser revisado regularmente", afirmou.

 

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