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Linha Direta

Israel vive dia mais sangrento desde início da nova escalada de violência

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Esta terça-feira (13) já está sendo considerada o dia mais sangrento desde o início da nova escalada da violência entre palestinos e israelenses, em primeiro de outubro. Nesta manhã dois atentados deixaram ao menos dois mortos e vários feridos em Jerusalém. O primeiro ataque aconteceu em um ônibus, quando dois homens atiraram contra os passageiros, matando um homem de 60 anos e ferindo quatro pessoas.

Manifestante palestino é retirado por colegas depois de ser atingido por tiro israelense na cidade de Nablus, no dia 11 de outubro
Manifestante palestino é retirado por colegas depois de ser atingido por tiro israelense na cidade de Nablus, no dia 11 de outubro REUTERS/Ahmad Talat
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Os dois atiradores foram mortos pela polícia. Pouco depois, um motorista lançou seu carro contra pedestres em um bairro judeu ortodoxo da cidade, matando uma pessoa e ferindo outra. Em seguida, ele saiu do veículo e tentou esfaquear os pedestres, até ser imobilizado por policiais.

No início da manhã, um palestino feriu levemente a facadas um israelense em um ponto de ônibus de Raanana, na periferia de Telaviv. Câmeras de segurança mostram que, em seguida, ele foi linchado por testemunhas e, de acordo com os serviços médicos, está em estado gravíssimo.

Os palestinos convocaram hoje mais um dia de cólera e os árabes israelenses realizam uma greve geral em solidariedade ao movimento. Desde o início do mês, já houve algo em torno de 20 esfaqueamentos ou tentativas desde o começo deste mês. Só ontem, foram cinco incidentes.

Até agora, morreram 6 israelenses e 28 palestinos - entre autores de ataques e manifestantes que participam dos protestos contra Israel na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em cidades de Israel. A retaliação israelense também custou a vida de oito crianças palestinas.

"Lobos solitários"

"O medo", conta a correspondente da RFI em Israel, Daniela Kresch, é "de que a realidade da Segunda Intifada volte, quando mil israelenses morreram em atentados terroristas e 3 mil palestinos nas reações militares de Israel". Ela observa que, no domingo, já houve uma tentativa de acionar um carro-bomba, mas a ação fracassou, o que mostra que "até agora, os ataques são amadores e realizados por 'lobos solitários', que "atuam sem a chancela de organizações islâmicas como o Hamas e a Jihad Islâmica".

Daniela explica que esses "lobos solitários" pertencem a uma geração desiludida de palestinos, que nunca viram nenhuma negociação de paz que tenha dado certo: "Trata-se de uma juventude que não acredita na resistência pacífica, pregada há uma década pelos líderes palestinos, que investem na condenação de Israel em fóruns internacionais e no reconhecimento da Palestina por centenas de países à revelia de Israel", explica.

A outra novidade é que, ao contrário do que acontecia nas últimas intifadas, esses jovens se organizam e se inspiram pelas redes sociais: "Assistem a vídeos de resistência islâmica em países como Síria, Iraque e Afeganistão e se sentem compelidos a seguir o exemplo de seus heróis: mártires que lutam e morrem por seus ideais", afirma Daniela Kresch.

Para ouvir o programa Linha Direta com a correspondente da RFI em Israel, Daniela Kresch, clique no link acima.

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