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Jerusalém/ tensão

Polícia israelense e palestinos entram em confronto na Esplanada das Mesquitas

A polícia israelense entrou em confronto neste domingo (13) com palestinos na mesquita Al-Aqsa, na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, horas antes do início do Ano Novo judeu. O local é sagrado para muçulmanos e judeus.

Polícia israelense invadiu mesquita em Jerusalém.
Polícia israelense invadiu mesquita em Jerusalém. REUTERS/Ammar Awad
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Testemunhas palestinas afirmam que a polícia israelense entrou na mesquita Al-Aqsa, o terceiro lugar mais sagrado do Islã, e provocou danos. Já a polícia diz que os agentes se limitaram a fechar as portas do templo para evitar que os manifestantes lançassem pedras e outros objetos.

Os confrontos ocorreram depois que, na semana passada, o ministro da Defesa israelense, Moshe Yaalon, tornou ilegais as atividades de dois grupos muçulmanos que abordavam os visitantes da Esplanada das Mesquitas, gerando fortes tensões. Segundo a polícia, jovens manifestantes se entrincheiraram na mesquita de Al-Aqsa na noite de sábado com o objetivo de perturbar as visitas dos judeus ao local por ocasião do início das celebrações do Ano Novo, na noite deste domingo.

"Manifestantes mascarados que estavam na mesquita lançaram pedras e bombas contra a polícia", informava um comunicado da polícia. "Também foram encontrados na entrada da mesquita tubos que podiam carregar explosivos caseiros."

Uma testemunha muçulmana acusou a polícia de entrar no templo de uma forma muito mais agressiva que o necessário para fechar as portas. Os tapetes de oração foram parcialmente danificados.

Embora a polícia tenha informado que a calma retornou posteriormente à mesquita, os confrontos prosseguiram do lado de fora, nas ruas estreitas da Cidade Velha de Jerusalém, com a polícia lançando bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. "A polícia entrou e nós somos proibidos de entrar", declarou à AFP Khadijeh Khweis, que diz ser membro de um dos dois grupos muçulmanos que tiveram o acesso ao complexo vetado, em meio aos protestos na Cidade Velha. ”Só podíamos rezar em frente às portas (que levam ao complexo)."

O presidente palestino, Mahmud Abbas, condenou firmemente o ataque e acrescentou que "Jerusalém Oriental e os locais santos cristãos e muçulmanos constituem uma linha vermelha". "Não vamos ignorar os ataques contra nossos lugares santos", advertiu, por comunicado.

Além disso, o porta-voz da presidência palestina, Nabil Abu Rudeina, disse que Abbas "está realizando intensos contatos com Jordânia, Marrocos, Liga Árabe e Organização de Cooperação Islâmica para enfrentar os ataques que têm por objetivo judaizar" a mesquita Al-Aqsa.

Local de confrontos

O ministro da Defesa de Israel barrar os grupos Murabitat e Murabitun - que afirmam defender a Esplanada das Mesquitas. A medida, segundo o ministro, é necessária para "defender a segurança do Estado, o bem-estar e a ordem pública". O governo sustenta que os grupos eram "uma das principais fontes de tensão e violência" na Esplanada das Mesquitas, venerada pelos judeus como Monte do Templo.

Os não muçulmanos podem visitar o local, mas os judeus são proibidos de rezar ou de ostentar símbolos nacionais por medo de aumentar as tensões com os fiéis aos Islã. Os muçulmanos temem que Israel tente mudar as normas que governam o enclave, já que grupos de extrema-direita judeus exigem um maior acesso e organizações fanáticas pedem a construção de um novo templo.

Israel conquistou Jerusalém Oriental, onde se encontra a mesquita Al-Aqsa, durante a guerra dos Seis Dias de 1967, e mais tarde anexou a região ao seu território, uma medida jamais reconhecida pela comunidade internacional. No fim de julho, a polícia israelense entrou pela primeira vez desde novembro de 2014 na Al-Aqsa ao combater palestinos, irritados pela entrada de judeus na Esplanada no dia anual de luto judeu.
 

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