Começa inscrição inédita de mulheres candidatas a municipais na Arábia Saudita
As inscrições das candidatas sauditas às eleições municipais de dezembro começaram neste domingo (30), situação inédita neste país ultraconservador onde as mulheres são discriminadas e nem sequer têm o direito de dirigir. Os procedimentos para registrar as eleitoras - outro fato inédito - já havia começado no dia 22 de agosto, em locais separados dos homens.
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A separação entre os sexos é uma norma na Arábia Saudita, onde as mulheres são obrigadas a usar um véu que as cobre da cabeça aos pés. Elas só podem trabalhar, viajar ou ter um passaporte com a autorização de um homem da família, como o pai, marido ou irmão.
Porém, o falecido rei Abdallah decretou em 2011 que as mulheres poderiam votar e ser candidatas nas eleições municipais de 2015. Na época, o monarca disse que "rechaçava a marginalização da mulher na sociedade saudita".
O jornal da capital saudita Al-Hayat publicou recentemente que cerca de 200 mulheres manifestaram interesse em ser candidatas a essas eleições, previstas para o fim do ano.
A partir de hoje, as interessadas têm 17 dias para se candidatarem. Nas próximas eleições, os eleitores definirão dois terços dos conselhos municipais. A última parcela é escolhida pelas autoridades.
O rei Salman sucedeu Abdallah em janeiro e os especialistas se perguntam se ele dará continuidade às tímidas reformas iniciadas por seu meio-irmão.
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