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Coreias/Política

Coreias do Norte e do Sul retomam discussões para evitar conflito armado

Os governos das duas Coreias retomaram neste domingo (23) as discussões iniciadas no dia anterior com o objetivo de evitar um conflito armado. O diálogo acontece em clima tenso, com acusações de Seul de que o regime de Pyongyang continua mobilizando suas forças naval e terrestre nas fronteiras entre os dois países.

Soldados sul-coreanos patrulham a fronteira com a Coreia do Norte em 22 de agosto de 2015.
Soldados sul-coreanos patrulham a fronteira com a Coreia do Norte em 22 de agosto de 2015. AFP PHOTO / YONHAP
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O ministério sul-coreano da Defesa afirma que os norte-coreanos dobraram suas unidades de artilharia na fronteira e deslocaram 50 submarinos fora de suas bases militares. "O Norte adota uma atitude hipócrita no momento em que as discussões prosseguem", lamentou uma fonte do ministério.

As negociações foram retomadas na tarde deste domingo na cidade de Panmunjon, onde foi assinado o cessar-fogo da guerra entre as Coreias (1950-1953). Depois de mais de dez horas de discussões, que terminaram sem avanços na madrugada deste domingo, as duas partes voltaram à mesa para nova tentativa de diálogo.

Analistas indicam que o retorno às discussões já é um sinal positivo. A presidência da Coreia do Sul indicou que as duas delegações vão "tentar diminuir suas divergências". Avanços, no entanto, são considerados muito difíceis.

Alerta máximo

Os exércitos dos dois países estão em alerta máximo e posicionam armamentos ao longo da fronteira onde disparos de artilharia já foram ouvidos anteriormente. Pyongyang ameaça atacar a Coreia do Sul se Seul não retirar alto-falantes dispostos na fronteira. Há uma semana, os equipamentos divulgam em alto volume  mensagens de propaganda para os moradores do país vizinho.

Por outro lado, o governo sul-coreano exige desculpas formais de Pyongyang pela explosão de uma mina que mutilou dois soldados durante uma patrulha na fronteira no início de agosto. O regime norte-coreano nega envolvimento nas explosões.

Apesar das ameaças anteriores da Coreia do Norte, que nunca foram concretizadas, a postura do regime contribuiu para aumentar as tensões entre os dois países a um nível altíssimo, o que não acontecia há muitos anos.

A Coreia do Norte mobilizou suas unidades de artilharia enquanto aviões de caça sul-coreanos e americanos efetuaram exercícios de simulação de bombardeios.

As negociações em Panmunjon são lideradas pelo conselheiro para a segurança nacional da Coreia do Sul, Kim Kwan-Jin, e seu homólogo norte-coreano, Hwang Pyong-So, um colaborador muito próximo do líder Kim Jong-Un.  Essas discussões envolvendo autoridades do primeiro escalão em mais de um ano são reflexo da gravidade da situação.
 

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