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Turquia/Ofensiva

Exclusivo RFI: centenas de soldados turcos são enviados à Síria

O correspondente da RFI em Istambul, na Turquia, relata, com exclusividade, que 300 soldados turcos teriam se juntado à combatentes turcomanos na Síria, equipados e financiados por Ancara para estabelecer uma zona de segurança em Alepo, no norte sírio. De acordo com um porta-voz da brigada turcomana, cerca de 600 militares turcos devem ser enviados em breve à região. Há mais de três semanas, a Turquia lançou uma violenta ofensiva antiterrorista que visa combater tanto o grupo Estado Islâmico como os rebeldes curdos, oposição histórica a Ancara.

Centenas de soldados turcos (foto) teriam se juntado às brigadas turcomanas no norte da Síria.
Centenas de soldados turcos (foto) teriam se juntado às brigadas turcomanas no norte da Síria. MARWAN IBRAHIM / AFP
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Contatado pelo correspondente Jérôme Bastion, o porta-voz do grupo Ahrar al-Sham, aliado de Ancara, disse ter testemunhado a chegada, na segunda-feira (10), de um grupo de 300 combatentes turcomanos vindos da Turquia. Entre eles, alguns soldados turcos, sobre os quais não soube especificar o número. "Eles chegaram na segunda-feira em cerca de quinze tanques", indicou.

Batizadas com nomes de dois imperadores do antigo império Otomano, as duas brigadas turcomanas, que entraram na Síria pela fronteira com a cidade turca de Kilis, constituem um exército de cerca de cinco mil homens, autonomeado "Exército da Revolução". Segundo o porta-voz do grupo, Ahmed Hisso, o número total de militares enviados à Síria seria de 600. Ancara, no entanto, não confirma a informação.

Outras pessoas entrevistadas por Jérôme Bastion contaram ter visto a passagem de vários ônibus com bandeiras turcas e homens com metralhadoras a bordo de pickups na fronteira com a Turquia. Outra fonte afirma que essas brigadas combatem há vários dias em Alepo.

"Até que não sobre nenhum terrorista"

Em discurso na televisão, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan prometeu nesta terça-feira (11) que vai dar sequência aos bombardeios "até que não sobre nenhum terrorista". Ele também destacou no mesmo discurso "não fazer diferença entre bons ou maus terroristas", na tentativa de justificar os ataques turcos tanto a jihadistas, na Síria, quanto aos militantes curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), no Iraque.

Há algumas semanas, a Turquia e os Estados Unidos entraram em acordo para bombardear as posições dos radicais e instaurar uma zona de segurança no norte da Síria. Mas, até então, estava fora de questão a possibilidade de enviar tropas terrestres do exército turco ao local, uma alternativa descartada também por Washington desde o início da ofensiva norte-americana contra os jihadistas, no ano passado.

Segundo o correspondente da RFI, a decisão de Ancara de enviar militares ao território sírio estaria relacionada à retirada da Frente Al-Nosra, braço da Al-Qaeda na Síria, da zona de segurança ao norte de Alepo, deixando o território livre para o grupo Estado Islâmico. Outro fato que pode justificar a mudança de estratégia é a tomada da cidade de Marea, no norte de Alepo, pelos jihadistas.

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