Para Obama, fracasso de acordo sobre nuclear iraniano pode dar início a uma nova guerra
O presidente norte-americano, Barack Obama, defendeu nesta quarta-feira (5) o acordo sobre o programa nuclear iraniano selado entre Teerã e as potências mundiais em julho passado. Para o chefe da Casa Branca, o bloqueio do texto pelo Congresso dos Estados Unidos poderia desencader uma nova guerra no Oriente Médio.
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Obama defendeu com veemência aprovação do texto. Segundo ele, "um repúdio ao acordo no Congresso deixaria uma única opção a toda a administração americana para impedir que o Irã desenvolva uma arma nuclear: outra guerra no Oriente Médio. Não o digo para ser provocador. É um fato", declarou o presidente durante seu discurso, em Washington.
O Congresso norte-americano votará antes de 17 de setembro uma resolução de desaprovação do acordo nuclear selado em 14 de julho. Os republicanos denunciaram a retórica de Obama e o que consideram uma falsa dicotomia entre a guerra e a paz. A alternativa a um mau acordo, afirmam, é um acordo melhor, que não só submeta o Irã a inspeções e limite seu enriquecimento de urânio, mas que desmonte integralmente seu programa nuclear.
Risco para a credibilidade dos Estados Unidos
Para garantir que pelo menos um terço dos membros do Congresso estejam do seu lado, Obama defendeu o caráter histórico e pacífico do acordo. Em uma tentativa de fortalecer seu discurso, o presidente falou do mesmo local onde seu antecessor, John F. Kennedy, proferiu, em 1963, em plena Guerra Fria, um discurso militante a favor do fim dos testes nucleares.
"Muitas das pessoas que foram a favor da guerra no Iraque agora estão se colocando contra o acordo nuclear com o Irã", disse o presidente, exigindo dos legisladores que optem, ao contrário, pela tradição diplomática americana. "Perderemos algo mais precioso. A credibilidade dos Estados Unidos como líder da diplomacia. A credibilidade dos Estados Unidos como âncora do sistema internacional", acrescentou.
O Casa Branca também admitiu que em caso de retirada das sanções com o acordo sobre o nuclear, parte dos bens iranianos descongelados podem ser usados para patrocinar atividades terroristas. Mas o presidente norte-americano ressaltou que uma parte desse dinheiro também vai servir para melhorar a vida dos iranianos
(Com informações da AFP)
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