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Grupo Estado Islâmico/Violência

Grupo Estado Islâmico comercializa crianças como escravas sexuais

Uma alta responsável das Nações Unidas, Zainab Bangura, fez uma denúncia nesta terça-feira (4) sobre a comercialização de crianças e mulheres como escravas pelo grupo Estado Islâmico. Em entrevista veiculada no site da Bloomberg, Bangura disse ter tido acesso a uma cópia de uma das listas de preços de jovens, quando viajou ao Iraque em uma missão sobre violência sexual.

Irmãs da minoria religiosa Yazidi conseguiram escapar do grupo Estado Islâmico no norte do Iraque, em foto de 3 de julho de 2015.
Irmãs da minoria religiosa Yazidi conseguiram escapar do grupo Estado Islâmico no norte do Iraque, em foto de 3 de julho de 2015. REUTERS/Ari Jala
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O documento, uma espécie de panfleto, circularia entre os combatentes jihadistas na Síria e no Iraque. Segundo Bangura, os meninos e meninas mais jovens custariam mais caro. De um a nove anos de idade, eles seriam vendidos por US$ 165; os adolescentes custariam US$ 124. Mulheres acima dos 20 anos seriam comercializadas por preços mais baixos.

A maioria das crianças teriam sido capturadas pela minoria Yazidi, que vive nas regiões ocupadas pelos jihadistas e muitas vezes são vítimas das próprias barbáries do grupo Estado Islâmico. Garotas, principalmente, são compradas pelos radicais e revendidas a estrangeiros, geralmente a homens ricos do Oriente Médio. Quando não são compradas por milhares de dólares, elas são adquiridas por combatentes radicais a preços mais baixos. Algumas famílias também pagam o resgate aos extremistas para recuperar os menores.

Vendidas como "barris de gasolina"

Horrorizada com o abuso de menores, Bangura declarou que as meninas são comercializadas “como barris de gasolina”. "Uma só garota chega a ser revendida por cinco ou seis homens", denuncia.

Ex-ministra das Relações Exteriores de Serra Leoa, Bangura admite que a comunidade internacional e as Nações Unidas vêm encontrando dificuldades para lidar com o problema, especialmente porque o grupo Estado Islâmico não se assimila a nenhuma milícia ou grupo extremista armado. "Eles têm recursos, têm uma organização. Têm um manual de como tratar esses escravos e até mesmo um organismo que realiza casamentos e vende essas pessoas, inclusive, com uma lista de preços", alerta.

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