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Paquistão/Pena de Morte

Símbolo da luta contra pena de morte é enforcado no Paquistão

O Paquistão enforcou nesta terça-feira (4) Shafqat Hussain, 28 anos, símbolo da oposição à pena de morte no país. A execução do rapaz, que sempre alegou inocência, vinha sendo condenada pelas Nações Unidas e várias organizações de defesa dos direitos humanos.

Familiares de Shafqat Hussain mostram foto do condenado.
Familiares de Shafqat Hussain mostram foto do condenado. AFP PHOTO/ SAJJAD QAYYUM
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Acusado de ter assassinado um menino de 7 anos em 2004, Shafqat Hussain, havia sido condenado à morte quando ainda era adolescente. As autoridades chegaram à conclusão de que na época o acusado era maior de idade, embora seus advogados tenham mostrado uma certidão de nascimento que dizia o contrário.

Com o tempo, o rapaz, que sempre alegou ser inocente a afirmou ter confessado o crime sob tortura policial, virou um símbolo dos limites da política de execução do governo. O Paquistão é conhecido por usar a força e praticar torturas para obter "confissões". O país também é signatário de convênios que impedem a aplicação da pena de morte em menores, mas os suspeitos precisam de documentos de identidade que comprovem sua idade.

Ataque talibã relança pena de morte

A justiça paquistanesa retomou as execuções após o ataque dos talibãs contra uma escola de Peshawar (noroeste), que deixou 154 mortos em dezembro passado. Entre os presos condenados à morte, muitos sequer tinham vínculos com movimentos considerados terroristas.

A ONU, a União Europeia e as organizações de defesa dos direitos humanos se apressaram em condenar esta nova política, mas os protestos não impediram o enforcamento de cerca de 180 presos no Paquistão desde então. "O governo mostrou uma indiferença impiedosa não apenas pela vida humana, como também pelo direito internacional", denunciou a Anistia Internacional.

Um grupo de especialistas das Nações Unidas também concluiu que o processo de Hussain não respeitou as normas internacionais.

(Com informações da AFP)

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