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Afeganistão/Talibã

Talibãs confirmam morte do mulá Omar e anunciam novo líder

Os talibãs confirmaram nesta quinta-feira (30) a morte do líder político e espiritual mulá Omar, no segundo comunicado desde o anúncio feito pelo governo afegão na quarta-feira. Na madrugada, o grupo já havia enviado uma mensagem para negar os acordos de paz com o governo afegão, mas não comentou a suposta morte do mulá. 

O mulá Omar, chefe espiritual dos Talibãs, cercado por suas tropas, em 1996.
O mulá Omar, chefe espiritual dos Talibãs, cercado por suas tropas, em 1996. AFP PHOTO / BBC TV / BBC NEWSNIGHT / FILES
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"A liderança do Emirado Islâmico e a família do Mulá Omar anunciam que o líder Mulá Omar morreu devido a uma doença", afirmou o Talibã, usando o nome oficial do movimento. O comunicado não diz quando ele morreu, mas afirma que "sua saúde se deteriorou nas últimas duas semanas". O texto acrescenta que três dias de cerimônias religiosas foram organizados para "orar pela alma do Mulá Omar". O número dois da organização, Akhtar Mohammad Mansour, foi eleito o novo chefe supremo dos Talibãs e a sessão de negociação de paz, prevista para sexta-feira (31), foi adiada.

Segundo informou na véspera o porta-voz do serviço de inteligência do Afeganistão, o líder supremo dos talibãs afegãos, mulá Omar, morreu há dois anos em circunstâncias misteriosas. Embora tenha sido caçado pelos norte-americanos por 14 anos, o líder teria sido vítima de uma doença e morrido em um hospital paquistanês, em 2013. O mulá Omar ficou conhecido pelo regime de horror que instaurou no Afeganistão quando governou o país, entre 1996 e 2001.

Movimento rachado

A morte do mulá Omar pode constituir um duro golpe para a insurgência talibã, atingida por divisões internas e ameaçada pelo crescimento do grupo Estado Islâmico (EI). Os talibãs estão divididos entre a nova geração de comandantes, que dirigem a guerra no país e os líderes anteriores, refugiados no exterior desde 2001.

Também existem divergências entre os líderes no exterior. De um lado, os comandantes presentes no Paquistão e, de outro, a cúpula política exilada no Catar, que acusa os primeiros de estar dirigidos pelo governo paquistanês. Por sua vez, os talibãs registraram nos últimos meses deserções de militantes atraídos pelo grupo Estado Islâmico.

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