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Paquistão/Onda de calor

Onda de calor no Paquistão deixa mais de mil mortos

A intensa onda de calor que afeta o sul do Paquistão provocou mais de mil mortes nos cinco últimos dias. A maioria das vítimas são operários pobres, mendigos e idosos, vulneráveis ao intenso calor.

Homens se refrescam em um córrego na cidade de Islamabad, no Paquistão, no dia 23 de junho de 2015.
Homens se refrescam em um córrego na cidade de Islamabad, no Paquistão, no dia 23 de junho de 2015. Reuters
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Grande parte das mortes foi registrada em Karachi, a maior cidade do Paquistão, com 20 milhões de habitantes, onde as temperaturas alcançaram 45 graus. Ao menos 1.079 pessoas morreram nos hospitais da cidade (929 em estabelecimentos públicos e 150 em unidades privadas), vítimas da onda de calor.

"O balanço de mortos supera mil pessoas e pode alcançar 1.500", disse Anwar Kazmi, porta-voz da Fundação Edhi, que realiza atendimento médico de emergência em Karachi.

Hospitais em alerta

Os hospitais estão em alerta para receber mais vítimas. Segundo funcionários, os centros médicos de Karachi atenderam quase 80 mil pessoas por problemas de insolação e desidratação.

A meteorologia prevê uma queda das temperaturas para 34 graus nsta quinta-feira (25), com ventos mais frescos e um céu nublado. Depois de os termômetros marcarem 45 graus nos últimos dias, nuvens cobrem a cidade portuária, o que representa um alívio para os moradores.

"Nós recebemos menos pacientes hoje e esperamos que esta tendência continue", explicou o médico Seemin Jamalim, diretor do hospital universitário Jinnah, em Karachi.

Os funcionários dos necrotérios e cemitérios se esforçam para dar conta do grande número de cadáveres. "A maioria são pessoas com mais de 50 anos, mais sensíveis ao calor, e indivíduos que trabalham sob o sol", afirmou o médico Qaiser Sajjad, da Associação Médica do Paquistão.

Necrotérios lotados

A Fundação Edhi informou que os necrotérios da cidade receberam tantos corpos que estão com dificuldades para manter os locais refrigerados da maneira correta.

As famílias das vítimas também encontram problemas para enterrar os falecidos, já que os coveiros precisam trabalhar em um ritmo incessante sob o sol escaldante.

Falta de informação

Sajjad afirmou que várias mortes foram provocadas pela falta de informação da população sobre a insolação, os sintomas e o tratamento. Além disso, a onda de calor coincide com o início do mês do Ramadã, durante o qual milhões de muçulmanos no país respeitam um jejum do nascer ao pôr do sol.

Diante da gravidade da situação, vários líderes religiosos pediram para que os fiéis não jejuem, principalmente em Karachi, lembrando que isso era permitido pelo Corão "para preservar a saúde daqueles que correm o risco de ficar doente ou morrer".

Cortes de energia

O calor também provocou cortes de energia elétrica, um problema frequente no país, além de interromper o fornecimento de água em Karachi. Após receber uma chuva de críticas na imprensa e nas redes sociais, o governo rejeitou qualquer responsabilidade pela situação.

A onda de calor no Paquistão é similar à que afetou a vizinha Índia nas últimas semanas, a segunda mais importante da história do país. No total, mais de duas mil pessoas morreram.

(Com informações da AFP)

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