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Francisco

Em sua “encíclica verde”, Papa convoca humanidade a mudar seu estilo de vida

O Papa Francisco lançou nesta quinta-feira (18), no Vaticano, a sua tão aguardada encíclica sobre o meio ambiente, recheada de críticas aos países ricos e de considerações sobre o aquecimento global - fenômeno que, segundo ele, é causado pela humanidade. Para enfrentar o problema, o pontífice convoca as pessoas a “realizar mudanças de estilo de vida, de produção e de consumo”.

Documento sobre o clima escrito pelo Papa Francisco mostra sua preocupação do Meio Ambiente.
Documento sobre o clima escrito pelo Papa Francisco mostra sua preocupação do Meio Ambiente. REUTERS/Max Rossi
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As 200 páginas do documento vão além da questão ambiental: falam também de tecnologia, política e dívida externa. Esta é a primeira encíclica atribuída completamente ao papa argentino - a anterior havia sido redigida a quatro mãos com Bento 16.

Francisco pede que os países ricos aceitem reduzir o tamanho de suas economias para “freiar o consumismo”. Ele diz que é preciso pôr limites ao “insustentável” comportamento dos que “consomem e destroem”. “Chegou o momento de aceitar um certo decrescimento em algumas partes do mundo, aportando recursos para que seja possível crescer de maneira saudável em outras partes”, escreve o papa.

O pontífice também denunciou "a submissão da política à tecnologia e às finanças", o que seria uma das causas dos fracassos para conter o aquecimento global e a deterioração do planeta. O lançamento da encíclica faltando exatos seis meses para o COP 21, o grande encontro do clima que ocorre em Paris no final do ano, é considerado intencional, para tentar influenciar de alguma forma o evento. Há esperança de que, finalmente, as grandes potências mundiais cheguem, em Paris, ao que seria o primeiro acordo universal sobre o clima.

Dívida externa

Enquanto cardeal Jorge Bergoglio, na Argentina, o papa se confrontou diretamente com a privatização dos serviços de fornecimento hídrico. Na encíclica, a questão se torna alvo de uma profecia: "É previsível que o controle da água por parte de grandes empresas mundiais se converta em uma das principais fontes de conflitos deste século", escreveu.

REUTERS/Max Rossi

A encíclica do Papa Franciso também denuncia o atual sistema econômico mundial que, segundo ele, usa a "dívida externa como instrumento de controle". A declaração surge a apenas algumas horas da reunião do Eurogrupo que deve decidir o destino da Grécia, país às voltas com um problema de endividamento que ameaça sua economia.

A encíclica ainda critica os países ricos por não reconhecerem a "dívida ecológica" que têm com os países em desenvolvimento. O texto vai ao encontro do que prega, por exemplo, a China nos debates sobre a questão do clima. Os chineses acham que as metas de redução na emissão de gases para os países emergentes devem ser menores do que as impostas aos desenvolvidos, já que estes se industrializaram, em boa medida, graças a práticas insustentáveis do ponto de vista ambiental.

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