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Síria/Ataques aéreos

ONU chama de "inaceitáveis" bombardeios sírios que mataram 71 civis

Neste domingo (31), a ONU classificou como "inaceitáveis" os bombardeiros do regime sírio que mataram dezenas de civis no sábado, no norte do país. As bombas foram atiradas por helicópteros sobre zonas da província de Aleppo controladas por rebeldes e, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), mataram 71 civis, incluindo crianças. Foi um dos mais mortíferos ataques perpetrados pelas forças de Bashar al-Assad desde o início do ano.

Civis correm de local atingido por bomba lançada por forças de Bashar al-Assad, em foto de 15 de abril
Civis correm de local atingido por bomba lançada por forças de Bashar al-Assad, em foto de 15 de abril REUTERS
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"O ataque aéreo de helicópteros sírios (...) em Aleppo merece uma forte condenação internacional", declarou o mediador da ONU para o país, Staffan de Mistura. De acordo com o OSDH, que chamou o ato de "massacre", os ataques atingiram um mercado popular de Al-Bab, cidade controlada pelo grupo Estado Islâmico, além do bairro rebelde de Al-Chaar. Também no sábado, o exército sírio atacou a região montanhosa de Jabal al-Zawiya, na província de Idleb, matando ao menos 20 civis. Neste domingo, o exército continuava a atacar bairros rebeldes de Aleppo. Um incêndio, cujas causas ainda não são conhecidas, matou ao menos 25 pessoas - a maioria, crianças - em uma clínica no noroeste do país.

Vingança contra civis

De acordo com o diretor do OSDH Rami Abdel Rahman, "o regime sempre despejou barris de explosivos nesta guerra, mas está intensificando esses ataques para tentar compensar suas baixas no campo de batalha. Trata-se também de uma certa vingança contra os civis que apoiaram a rebelião".

Nas últimas semanas, as forças sírias sofreram uma série de derrotas, perdendo quase toda a província de Idleb para uma coalizão formada por rebeldes e militantes da Al-Qaeda. O regime de Bashar al-Assad também se viu forçado a abandonar a cidade histórica de Palmira diante da ofensiva do grupo Estado Islâmico e perdeu seu principal posto fronteiriço com a Jordânia, agora sob controle rebelde.

Prisão de Palmira

No sábado, os jihadistas explodiram a prisão de Palmira, um símbolo da repressão do clã Al-Assad. A implosão da enorme prisão no meio do deserto foi feita com bombas e o grupo divulgou imagens do prédio destruído nas redes sociais. Também foram divulgadas imagens das sinistras celas individuais da cadeia, cujo espaço mal comporta uma pessoa e a luz do sol é inexistente.

A oposição síria no exílio, hostil tanto aos jihadistas quanto ao governo de Damasco, lamentou o episódio. O opositor Mohammad Sarmini afirmou via Twitter que o grupo apagou uma prova dos crimes do clã Assad.

Em 1980, quando o pai de Bashar al-Assad governava o país, centenas de detentos foram massacrados dentro do complexo. Lá, presos políticos foram torturados durante décadas. Depois do início do movimento de contestação em 2011, a cadeia passou a abrigar principalmente desertores e opositores. Antes da tomada de Palmira pelo grupo Estado Islâmico há dez dias, os presos foram transferidos para outras cadeias da Síria.

A guerra síria, que já causou mais de 220 mil mortes, começou há quatro anos com uma revolta pacífica dentro da chamada Primavera Árabe, mas, depois da repressão desmedida do regime, se degenerou em conflito armado.
 

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