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Irã/Nuclear

EUA e Irã iniciam fase decisiva de negociações sobre nuclear

O chefe da diplomacia norte-americana, John Kerry, e o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif iniciaram neste sábado (30), em Genebra, uma nova fase de negociações sobre o programa nuclear do Irã. As discussões são vistas como decisivas, pois as partes envolvidas tem que selar, até 30 de junho, um acordo sobre o programa nuclear de Teerã. O Irã impôs o primeiro obstáculo das conversas ao recusar que suas instalações militares sejam vistoriadas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, está reunido com o chefe da diplomacia norte-americana, John Kerry, em Genebra.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, está reunido com o chefe da diplomacia norte-americana, John Kerry, em Genebra. REUTERS/Lucas Jackson
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Acompanhados de suas delegações, Kerry e Zarif se encontraram durante a manhã na cidade Suíça, junto com a representante da União Europeia (UE), Helga Schmid. Interrogado por um jornalista sobre a possibilidade de assinar um acordo no prazo previsto, o negociador iraniano Zarif disse, com um sorriso, que "vamos tentar". Já o representante norte-americano permaneceu calado. As discussões devem durar todo o sábado e prosseguir no domingo.

Desde 2013 as potências do 5+1, grupo formado por Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha, negociam com Teerã com o objetivo de encontrar uma forma de controlar as ambições nucleares iranianas. A comunidade internacional teme que o Irã esteja construindo a bomba atômica, mesmo se a República Islâmica alega que seu programa de energia tem apenas fins civis.

Depois que as partes alcançaram um acordo provisório em novembro de 2013 e chegaram a um texto preliminar no dia 2 de abril, os negociadores estabeleceram a data de 30 de junho para apresentar um documento completo e definitivo que sele o compromisso. Negociadores norte-americanos já avisaram que pretendem respeitar o prazo e que, por enquanto, nenhuma prorrogação das discussões é prevista, contrariando o que chegou a ser cogitado esta semana por Teerã e pelos europeus.

Mesmo se os ocidentais pressionam os iranianos, o Irã também depende do sucesso das negociações, já que uma série de sanções impostas pelos ocidentais sufocam a economia do país e só serão retiradas em troca de um acordo.

Inspeções das instalações nucleares proibidas

Mas o encontro deste sábado já começou com um obstáculo, pois o Irã recusa que a Agência Internacional de Energia Atômica faça vistorias em suas bases nucleares. Pouco antes do início da reunião deste sábado, Abbas Araghchi, negociador de alto escalão iraniano, confirmou que seu país "rejeita a inspeção das instalações militares" e a realização de interrogatórios com seus cientistas. A AIEA, encarregada de aplicar um eventual acordo entre o Irã e as grandes potências, considera que deveria ter acesso a todas as instalações nucleares do país, inclusive as militares, para poder garantir o caráter pacífico do programa.

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