Israel aceitaria promover amistoso de futebol contra Palestina
Israel aceitaria promover um amistoso contra a seleção da Palestina. O jogo aconteceria em Zurique, sede da Fifa, "amanhã, depois, daqui a um mês ou um ano", estimou o presidente da entidade máxima do futebol, Joseph Blatter, depois de se reunir, em Jerusalém, com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu. Esse último irá ao jogo e "cumprimentará todo mundo", prometeu o poderoso chefão da Fifa.
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Blatter faz uma turnê pelo Estado hebreu e pelos territórios palestinos, a dez dias do Congresso da Fifa que discutirá uma moção movida pela Palestina para que Israel seja expulso da federação. De acordo com o cartola, que nessa mesma ocasião tentará se reeleger à frente da entidade, esse será "o maior desafio" do encontro.
Mas a moção precisa de três quartos de aprovação, o que dificilmente acontecerá na conservadora Fifa. Na semana passada, o próprio Blatter afirmou que, se aprovada, a proposta abriria um precedente "perigoso", já que envolveria a Fifa numa batalha política e diplomática.
Para os israelenses, o pedido palestino é "cínico" e não tem nada a ver com futebol, mas "apenas" com a política local. Rotem Kamer, chefe da associação de futebol de Israel, disse à imprensa que vê "uma clara mistura de política e futebol, algo que não deveria ter lugar em um Congresso da Fifa". Para ele, o futebol deveria ser usado como "uma ponte entre os povos".
Ponte fechada
O problema é que a ponte está fechada para a Palestina, que reclama do fato de Israel restringir a movimentação de seus jogadores. Os palestinos também acusam racismo contra os jogadores árabes-israelenses e tentam impedir que cinco equipes sediadas em territórios ocupados participem da Liga de Israel.
De acordo com o presidente da Federação Palestina, Jibril Rajoub, o objetivo não é que Israel seja de fato expulso da Fifa, mas simplesmente que os jogadores palestinos possam voltar a se deslocar.
Da reunião entre Blatter e Netanyahu saiu também uma vaga promessa do primeiro ministro de ajudar o futebol palestino: "Discutiremos algumas medidas para melhorar a situação", afirmou, sem dar mais detalhes. Netanyahu também criticou o que chamou de "politização do futebol".
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